Coimbra

Câmara de Coimbra quer comprar por “7” o que há uns meses foi vendido “1”

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 26-07-2023

A 1ª Sessão Extraordinária de 2023  da Assembleia Municipal de Coimbra marcada para o final da tarde deste dia 26 de julho, no Convento São Francisco, (vai voltar) a analisar e votar um conjunto de empréstimos a médio e longo prazo a contrair pelo Município de Coimbra.

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Num dos pontos, os deputados municipais vão “avalizar” empréstimos superiores a 10 milhões-. que permitem investir, entre outros, em “parcelas do Iparque”, na construção de uma residência para estudantes, na beneficiação dos Paços do Concelho ou até na aquisição de um terreno em Eiras que em menos de 6 meses “valorizou uns 600-700%”!

Este negócio, que, por mera coincidência, envolve gente de Pombal, tem como protagonistas a  Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Pombal, que vendeu a Armindo Marques Gaspar Portela,  que promete vender ao Município de Coimbra, liderado por José Manuel Silva.

Por despacho de Teresa Antunes, Chefe de Divisão de Património da CMC, os serviços municipais concluíram que a aquisição deste “terreno destinado à construção urbana”, sito na Quinta do Ribeiro, ali para os lados de Santa Apolónia, na União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades,  irá dar “resposta às carências habitacionais” e “decorre de uma procura ativa do executivo municipal junto do mercado imobiliário”. Concluíram que o terreno vale 829 mil euros, no entanto, após negociação acordaram a compra por 745 000,00€.

Notícias de Coimbra teve acesso a documentos que mostram que em 2019 este terreno com 7047,5 m2, inscrito na respetiva matriz predia sob o nº 5317,  descrito na Conservatória do Registo Predial dob o nº 695, tinha o valor patrimonial para efeitos de IMI e IS de 28.180,00€. 25 vezes menos do que a CMC quer pagar!

Em dezembro de 2022, Armindo Portela, adquiriu o terreno à Caixa Agrícola por 112.000,00€, ou seja, por cerca de 7 vezes menos do que a Câmara  de Coimbra quer pagar (745 000,00€).

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Como Armindo Portela, que tem outros negócios com a autarquia, pode pagar os 112 000 até ao dia 30 de Dezembro de 2023,  significa que lucrará mais de 600 000 sem “gastar um tostão”.

Documentos da CMC indicam que cerca de metade da área desse terreno se encontra em Reserva Agrícola Nacional, numa zona que é ameaçada por cheias, o que, no entender de um conhecido teórico de Coimbra, pode ser aproveitado para construir umas piscinas junto aos imóveis destinados a habitação social. 

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