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Diretor da OMS é o “super-herói” que a Universidade de Coimbra diz ter salvo “a vida de milhões de pessoas”

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 28-06-2023

A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) atribuiu hoje o doutoramento ‘honoris causa’ ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o “super-herói” que a universidade diz ter salvo “a vida de milhões de pessoas”.

“Numa linguagem mais próxima dos tempos e, sobretudo, dos jovens de hoje, se a OMS foi a guardiã planetária e a Estrela da Vida, Tedros Adhanom Ghebreyesus foi o nosso super-herói”, apontou Filipe Froes, professor da FMUC responsável por proferir o elogio académico.

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Filipe Froes considerou ser aliciante “enaltecer alguém a quem a Humanidade deve tanto”.

“Poucos diretores gerais da OMS viveram uma pandemia como a que vivemos. Foram 1.151 dias de duração em pleno século XXI e que documentaram não só a imprescindibilidade da OMS, mas o espírito de entrega e de missão do seu diretor-geral e o exemplo de toda uma vida dedicada ao serviço da humanidade”, disse.

Filipe Froes vincou que o atual diretor-geral da OMS “procedeu às decisões mais significativas da história da Organização, ficando o seu nome para sempre associado a uma das lutas mais cruéis que a Humanidade enfrentou”.

“A vida de Tedros Adhanom Ghebreyesus é a prova que mais do que países, regiões ou continentes o mundo é feito por pessoas, homens e mulheres livres, dedicadas e responsáveis, que não desistem de lutar por um mundo melhor e mais justo, onde a ciência e o conhecimento são os principais motores do desenvolvimento”, referiu.

Tedros Adhanom Ghebreyesus “provou ser amigo do mundo” e a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, como a mais antiga escola médica do país, “cumpriu o seu dever de reconhecer um seu par, neste caso uma personalidade ímpar”, concluiu.

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Licenciado em Biologia pela Universidade de Asmara, na Eritreia, Tedros Adhanom Ghebreyesus tem mestrado em Imunologia de Doenças Infecciosas pela Universidade de Londres e doutoramento em Saúde Pública pela Universidade de Nottingham.

O biólogo assumiu a direção da Organização Mundial da Saúde em 2017. Antes foi ministro da Saúde da Etiópia (de 2005 a 2012) e ministro de Relações Exteriores (de 2012 a 2016).

Enquanto decorria a cerimónia de doutoramento, cerca de três dezenas de pessoas manifestaram-se contra a atribuição deste reconhecimento “a uma pessoa que não é bem-vinda a Portugal”.

Elementos da Associação 21/26 e do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) gritaram algumas palavras de ordem, empunhando alguns cartazes onde se podia ler “Era uma vez uma pandemia, que serviu de justificação para alterarmos a Constituição”.

Outros elementos da Habeas Corpus – Associação de Defesa dos Direitos Humanos também manifestaram o seu descontentamento pela presença de Tedros Adhanom Ghebreyesu, quando este entrava para a Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra.

À margem da cerimónia, o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão elogiou o trabalho que novo Doutor ‘honoris causa’ realizou no âmbito da pandemia provocada pela covid-19.

“É com muita honra que a Universidade de Coimbra junta ao seu rol de doutores ‘honoris causa’ o doutor Tedros. É uma pessoa com enormes qualidades profissionais, pessoais e uma pessoa honrada e creio que se pensarmos um bocadinho, devemos muito ao doutor Tedros”, sustentou.

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