Há municípios onde, de toda a água tratada disponível, se perde mais de metade nas condutas e nos ramais. Trata-se de água que não chega a ser distribuída às habitações, porque se perde devido a ruturas e avarias.
Para a DECO PROTESTE, a ineficiência do sistema de distribuição de água é um mal crónico, que se arrasta há vários anos. Desde há uma década, que se desperdiça, números redondos, 150 a 180 milhões de metros cúbicos por ano.
O relatório da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), referente a 2021, percorre vários indicadores que refletem a eficiência, ou não, da distribuição. Destaca-se a fraca reabilitação de condutas, com mais de dez anos, o que aumenta as hipóteses de ruturas, potenciando a perda de água.
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No curto prazo, será inevitável investir. Mas, como a reabilitação não é prática regular das entidades gestoras, as obras serão certamente avultadas. Espera-se que, nessa altura, não haja a tentação de refletir a ineficiência na fatura dos portugueses.
A DECO PROTESTE recusa que sejam os consumidores a assegurar estes custos e defende que os elevados investimentos necessários deverão recorrer a fontes de financiamento complementares, e não à integral cobertura pela tarifa aplicada ao consumidor doméstico.
A definição da tarifa dos serviços de águas deve ser calculada com base no princípio da eficiência das entidades gestoras, quer sejam privadas ou municipais. Perder milhões de euros diariamente ao longo das condutas, todo o ano e, depois, em períodos de seca, aumentar as tarifas dos consumidores domésticos é desapropriado e tem efeitos limitados e desequilibrados nos vários municípios.
É urgente racionalizar o consumo de água, tanto na agricultura, como na indústria ou ainda em nossas casas. Analisar onde podemos poupar é vital. É um dever de todos os consumidores saber como usar a água de forma eficiente.
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