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Teatrão volta a apoiar as Fogueiras Populares do Bairro da Arregaça
Entre quinta-feira, dia 22 de junho, e segunda-feira (dia 26), o Teatrão traz a comunidade para o centro da sua programação. Voltamos à Arregaça para as Fogueiras Populares, recebemos encontros sobre metodologias de trabalho com pessoas com deficiência visual e talento emergente junta-se a artistas canónicos na Oficina Municipal de Teatro.
Na quinta-feira, às 21:30, os maiatos do Teatro Art’Imagem dão vida a “Noites Brancas”, um conto clássico de Fiódor Dostoiévski. Sexta-feira, damos continuação à programação coerente com as linhas de ação de A Meu Ver e que partiu de “O Senhor Biedermann e os Incendiários”, com o Laboratório Acessibilidade às Práticas Artísticas da Comunidade com Deficiência Visual que decorre nos dias 23 e 26 deste mês. Na noite de dia 23, animação em dose dupla: primeiro, o regresso do Música na Tabacaria, com Duarte Ventura Trio. Depois, a festa segue pela noite dentro na Arregaça, com as Fogueiras Populares, que, com o apoio do Teatrão, voltam a realizar-se tal como tinha ficado prometido. Por fim, no sábado, o Teatro Estúdio Fontenova, de Setúbal, apresenta-nos “Corpo Pequenino, Olhos de Gigante”, um espetáculo para a infância a partir do universo de Almada Negreiros.
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“Noites Brancas”, criação do Teatro Art’Imagem com encenação de Pedro Carvalho, conta-nos a história de quatro noites de Verão na vida de um Sonhador perpétuo, que não tem nome e que deambula pelas ruas desertas de São Petersburgo. Numa dessas noites brancas em que o sol nunca se põe, o Sonhador não consegue parar de pensar e caminha sozinho pelas ruas quando vê Nastenka a chorar sob a ponte do rio Nieva, à espera de reencontrar o seu amor. Depois de a salvar de uma tentativa de abordagem por parte de um transeunte suspeito, o Sonhador e Nastenka estabelecem uma ligação amistosa que descortina as estórias de duas vivências díspares, mas que se encontram numa atração mútua. Une-os uma espera inquietante que virá a definir os seguintes encontros noturnos, carregados de revelações, ansiedades, sonhos, medos e um confronto enigmático de paixões. Uma história fascinante sobre o poder dos sonhos e sobre a necessidade de não nos esquecermos de sonhar.
Dostoiévski, sendo um dos maiores escritores da literatura russa, dispensa apresentações. De referir, no entanto, que a tradução de onde se partiu para esta adaptação teatral foi feita por Nina Guerra e Filipe Guerra, os grandes tradutores de obras russas em Portugal. “Noites Brancas” estreou no final de 2019 e desde então já passou por vários sítios, incluindo salas como o Teatro Lethes, Theatro Circo, Teatro Meridional, Cineteatro Garrett, Casa de Teatro de Sintra, além de passagens internacionais por Cáceres, Zaragoza e Madrid.
No âmbito do Programa Partis & Art for Change da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação “la Caixa”, o Laboratório Acessibilidade às Práticas Artísticas da Comunidade com Deficiência Visual vai permitir conhecer os trabalhos da Associação Bengala Mágica, com o projeto Filarmónica Enarmonia, e da Vo’Arte. Cada dia deste laboratório conta também com a presença de convidados que irão falar sobre as suas vivências com deficiência visual e partilhar metodologias que empregam no seu caminho artístico que complementam a sua prática. No dia 23, recebemos Adrián Rincón, o primeiro maestro cego da Escola Superior de Música da Catalunha, e Loly Ayuma, professora de canto e vocalista jazz madrilena. Durante a tarde, estes artistas irão demonstrar praticamente a aplicação concreta de algumas ferramentas tecnológicas no seu trabalho. Já no dia 26, contamos a presença do bailarino marroquino Saïd Gharbi, que reside e trabalha em Bruxelas há vários anos e que irá ministrar uma oficina de dança para pessoas com ou sem deficiência. A inscrição para esta oficina pode ser feita através de https://bit.ly/InscricaoLab26 e tem um custo de 5€.
Duarte Ventura Trio marca o regresso do Música na Tabacaria e é um projeto liderado por Duarte Ventura – ex-aluno do Conservatório de Música de Coimbra e atualmente a fazer nome na cena do novo jazz português – no vibrafone. Surge com o propósito de se juntar a Bernardo Tinoco, no saxofone tenor, e João Pereira na bateria, criando assim uma nova sonoridade provocada por uma instrumentação incomum e inovadora. Baseia-se em música original escrita com base na exploração de pequenas ideias através da improvisação conjunta e em que todos desempenham um papel solístico tornando-se assim numa constante troca de ideias e texturas. Este concerto marca ainda a continuação da aposta do Teatrão em dar palco a projetos emergentes. O início da atuação está marcado para as 22h.
Além disso, na sequência da promessa feita no ano passado, o Teatrão volta a apoiar as Fogueiras Populares do Bairro da Arregaça. O início dos festejos está marcado para as 20h, com o Duo Coimbra Nortes a providenciar animação a partir das 22h. Haverá, claro, uma barraquinha a servir sopa e comida, com o dinheiro angariado a servir para a realização das Marchas e das Fogueiras do próximo ano. Esta colaboração surgiu na sequência do projeto De Portas Abertas, que levou o Teatrão até à Arregaça em 2019 e de onde saiu, desde então, um mapeamento cultural do bairro e imensa programação com concertos, oficinas, espetáculos (de onde se destacam duas criações com os habitantes) e as Fogueiras do ano passado.
As Fogueiras de São João, acarinhada tradição da cidade, foram durante longo tempo bastante afamadas na Arregaça. Dada importância desta festa para esta comunidade, o Teatrão considera importante que estas se continuem a realizar, em colaboração com os habitantes e os parceiros locais (Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, Associação de Moradores do Bairro da Fonte do Castanheiro, Grupo Desportivo da Arregaça e Marchas da Arregaça). Quisemos, assim, dar continuidade a este trabalho de devolver um sentido comunitário e emancipatório à comunidade da Arregaça e, cumprindo aquilo que tinha ficado prometido aos habitantes do bairro, cá estamos novamente, para uma noite de muita animação e celebração em conjunto.
Por último, no sábado, às 17h, vamos receber uma peça de teatro para todas as infâncias, sobre a infância e com a infância dentro, criada pelo Teatro Estúdio Fontenova a partir do mundo surreal e fantástico de Almada Negreiros. “Corpo Pequenino, Olhos de Gigante” parte do poema “O Menino D’Olhos de Gigante”, escrito em 1921 por Almada, e baseia-se no seu discurso poético para falar sobre a importância dos olhos e do olhar atento sobre o mundo. Citando a sinopse: “Numa noite de luar, ia pela serra um menino sozinho (ou seria uma menina?) de olhos bem abertos, sem sono para se deitar. Sem sono para se deitar porque tinha tanto para pensar. Ia a pensar e a sentir tantas coisas quando lhe apareceu um gigante. Sim, um gigante! E ainda por cima queria roubar-lhe os olhos. Já alguma vez te quiseram roubar os olhos?!”. Está disponível um desconto especial para acompanhantes (máx. 2 pessoas) das crianças, que prevê que estes adultos paguem o mesmo que um bilhete de criança (6€). O espetáculo inclui música ao vivo.
Os bilhetes para os espetáculos custam entre 4€ a 10€. O concerto tem um preço único de 6€. Podem ser adquiridos a OMT ou na Ticketline, através de https://bit.ly/BilheteiraTeatrao
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