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Empresas mais digitais são as que pagam melhor e têm maior produtividade
As empresas mais digitais são as que melhor pagam em Portugal, com ganhos de 3% nos salários, e também as que apresentam uma maior produtividade, segundo um relatório da Fundação José Neves (FJN) hoje divulgado.
“A intensidade digital do emprego acelerou com a pandemia, mas no final de 2022 já estava em linha com a tendência de aumento entre 2017 e 2019. Ainda assim, a digitalização continua a crescer a um ritmo superior ao previsto para a década”, indicou, em comunicado, a Fundação José Neves (FJN).
O relatório Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal revelou que quatro em cada 10 empregos não utilizam tecnologias digitais ou fazem uma utilização básica, com 48% das empresas a apresentarem um nível de digitalização baixo.
“Dado que o nível de digitalização das empresas está positivamente associado a ganhos de produtividade na ordem dos 20% e a salários cerca de 3% superiores, a aposta da digitalização pode levar a uma maior competitividade das empresas e a melhores condições salariais para os trabalhadores”, apontou.
Por norma, as empresas mais digitais apresentam também equipas gestoras e trabalhadores mais qualificados.
Segundo os dados apresentados no relatório, 75% dos adultos com menos qualificações não têm competências digitais básicas.
No ano passado, quase um quarto (24%) das empresas com, pelo menos, 10 funcionários, deu formação aos seus trabalhadores em competências digitais.
A aposta deve, assim, passar por formação básica e avançada, processos que devem ser acelerados para responder às necessidades de especialistas em TIC (tecnologias da informação e da comunicação), “que cresceu a um ritmo cinco vezes superior ao do emprego geral entre 2014 e 2021”.
O relatório da Fundação José Neves estabelece também metas para uma sociedade do conhecimento em 2040 e indica linhas de ação.
Em 2040, a fundação perspetiva que existam 15% de adultos com baixa escolaridade, menos 25 pontos percentuais (pp) face a 2022, 60% de jovens adultos com ensino superior, mais 16 pp, 25% de adultos a participar em educação e formação, um avanço de 11 pp, e 90% de jovens recém-formados empregados, um ganho de 12 pp.
No que se refere ao emprego, Portugal deve ainda atingir o top10 dos países com mais trabalhos em tecnologia e conhecimento.
Para a fundação, as linhas de ação mais urgentes prendem-se com criar condições para o aumento da produtividade, promover a aprendizagem ao longo da vida, desenvolver mecanismos para antecipar as necessidades do mercado de trabalho e estimular a coordenação entre instituições de ensino e as empresas.
Acresce ainda aumentar a atratividade da carreira de docente, debater os objetivos e organização do sistema de educação e fomentar a prática de monitorização e medição de impacto “de intervenções em educação e formação ou da criação de novos cursos e formações que sustentem tomadas de decisão informadas”.
Este relatório foi coordenado pela Fundação José Neves e produzido em conjunto com equipas de investigadores da Nova School of Business and Economics, da Universidade de Aveiro e da Universidade do Minho.
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