Portugal

70% dos portugueses avaliam negativamente trabalho do Governo na agricultura

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 03-06-2023

Quase 70% dos portugueses defendem que o desempenho do Governo no que diz respeito à agricultura é “mau” ou “muito mau” e 41% referem que o trabalho da ministra é “razoável”, segundo um estudo hoje, dia 3 d ejunho, divulgado.

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A sondagem “A opinião dos portugueses sobre a agricultura nacional”, desenvolvida pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, a pedido da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), concluiu que 67% dos portugueses avaliam como “mau ou muito mau” o trabalho do Governo no que diz respeito à agricultura.

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Por sua vez, 49% sabem quem é a ministra da Agricultura da Alimentação, Maria do Céu Antunes, apesar de só 5% se lembrarem do seu nome, e 41% classificam como “razoável” o trabalho que tem sido feito pela governante.

Mais de metade (58%) reconheceram a CAP como a organização mais representativa dos agricultores portugueses, 83% têm ouvido falar das reivindicações dos agricultores, sendo que 89% as consideram justas.

Por sua vez, 53% não sabem que o Governo e os agricultores estabeleceram, recentemente, um acordo e 55% referiram que o executivo não respondeu às reivindicações do setor.

Para 62% dos inquiridos, os apoios do Governo à produção não permitem que os consumidores tenham acesso a produtos mais baratos, enquanto 34% respondem que sim e os restantes 4% não sabem ou não respondem.

A maioria (77%) dos portugueses considera ser “muito importante” garantir a autossuficiência alimentar.

Em comunicado, a CAP destacou ainda que os portugueses “convergem na ideia de que os alimentos produzidos em Portugal são seguros, nutritivos e saudáveis, assim como frescos e sazonais”.

Neste âmbito, sublinharam também que se trata de uma alimentação sustentável, que respeita a natureza e os animais, mas lamentaram a utilização excessiva de embalagens.

Para 74% dos inquiridos, em Portugal há regiões agrícolas que são um bom exemplo para a sociedade, aparecendo em destaque o Alentejo, o Douro e o Norte.

No sentido oposto, 48% afirmaram existir regiões que são um mau exemplo, sobretudo o Alentejo e o Algarve.

A análise revelou também que para 40% dos inquiridos a margem de lucro na distribuição dos híper e supermercados é o principal fator responsável pela subida de preços, seguindo-se o aumento do custo dos fatores de produção (34%) e o Estado, através do IVA (22%).

Os progressos na agricultura portuguesa foram constatados por 64% dos portugueses inquiridos nesta sondagem, sendo que 31% apontam a evolução científica e tecnológica como a responsável pelos mesmos, seguida pelos agricultores nacionais (24%), União Europeia e Política Agrícola Comum (21%), produtores estrangeiros que se instalaram em Portugal (13%), Ministério da Agricultura/Governo (7%) e Câmaras Municipais e Poder Local (5%).

Ainda assim, 51% escolheram o Ministério da Agricultura/Governo como o principal agente responsável pela ausência de progresso, aparecendo depois as Câmaras Municipais e o poder local (16%).

“Nos últimos anos, temos assistido a uma clara desvalorização política da pasta da Agricultura, consumada no esvaziamento progressivo de competências do Ministério da Agricultura, ao mesmo tempo que assistimos ao empobrecimento do discurso público em torno do setor agrícola – que, quer queiramos ou não, é uma atividade vital para a economia portuguesa e um fator crucial para a coesão do país”, defendeu, citado em comunicado, o secretário-geral da CAP, Luís Mira.

Para a CAP, as conclusões deste estudo mostram que os portugueses querem “uma agricultura com peso político reforçado e uma governação política mais forte, com mais investimento, com visão estratégica, que responda a temas fulcrais como a boa gestão da água e dos recursos hídricos”.

Os resultados desta análise foram hoje apresentados ao Presidente da República, Marcelo rebelo de Sousa, na Feira Nacional de Agricultura (FNA), que se realiza, em Santarém, até 11 de junho.

O inquérito foi realizado, via telefone, entre 10 e 19 de abril.

O universo é composto por cidadãos a partir dos 18 anos, com nacionalidade portuguesa e residentes em Portugal.

No total, contabilizaram-se 991 inquéritos válidos.

Entre os inquiridos, 28% são do Norte, 21% do Centro, 35% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores.

A margem de erro máximo desta amostra é de 3,1%, com um nível de confiança de 95%.

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