Educação

Fenprof diz que se ministro da Educação não ouvir professores deve “pôr-se a andar”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 30-05-2023

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) disse hoje em Faro, no final da caravana de professores pela EN2, que se o ministro da Educação não tem capacidade para ouvir os docentes tem de “pôr-se a andar”.

“Temos de ser ouvidos e se este ministro não tiver capacidade para ouvir os professores, tem bom remédio: é pôr-se a andar. Porque, na verdade, o que os professores estão a exigir é justo, é a questão do seu tempo de serviço, a possibilidade de chegarem ao topo da sua carreira, a possibilidade também de resolverem outros problemas que estão a afetar a escola pública”, afirmou Mário Nogueira, que remeteu para quarta-feira a decisão final sobre a greve às avaliações e exames nacionais.

O dirigente sindical falava aos jornalistas em representação da plataforma de organizações sindicais que promoveu a caravana “Pela Profissão Docente e pela Escola Pública”, que na última semana percorreu os 738 quilómetros da Estrada Nacional (EN) 2 entre Chaves e a capital algarvia para reivindicar a recuperação do tempo de serviço.

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De carro, de moto ou até de bicicleta, dezenas de professores participaram na última etapa do percurso, entre São Brás de Alportel e Faro, onde passaram pelas três escolas secundárias antes de uma concentração junto ao marco do km 738 da EN2.

Mário Nogueira, em representação da plataforma de sindicatos, fez “um balanço extremamente positivo” da iniciativa.

“Contactámos com milhares de professores ao longo do caminho e fizemos passar uma mensagem importante relativamente ao tempo de serviço: se uma estrada é longa e não se faz de uma vez, faz-se faseadamente, se o tempo de serviço é muito, também pode ser contado, e tem de ser contado, ainda que seja faseadamente”, frisou.

O secretário-geral da Fenprof assegurou que os professores “claramente não vão prescindir do seu tempo de serviço” e que os seis anos, seis meses e 23 dias em causa “têm de ser restituídos”.

A próxima ação de luta está marcada para 06 de junho, precisamente na data (06/06/2023) que coincide com o tempo de serviço ‘congelado’, com uma greve nacional e duas grandes manifestações, em Lisboa e no Porto.

“Esta coincidência com o tempo de serviço que nos estão a roubar não volta a ser possível. (…) 06/06/2023, por tudo o que simboliza, tem de ser o dia em que os professores todos vão parar em greve e todos vamos estar em Lisboa e no Porto nas manifestações que estão marcadas”, apelou Mário Nogueira, durante o seu discurso.

O dirigente anunciou ainda que, na quarta-feira, as organizações sindicais de docentes, reunidas em Coimbra, vão tomar uma decisão final sobre a possibilidade de greve às avaliações e exames nacionais, que será anunciada às 12.00 em conferência de imprensa.

“O Ministério da Educação saberá o que é que quer para o final do ano letivo. Uma coisa é certa: os professores não vão deixar que lhes continuem a roubar o futuro, a roubar a profissão, a roubar o tempo de serviço. Os professores vão estar na luta e este foi mais um exemplo de que os professores não vão mesmo parar a luta”, finalizou.

 

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