Portugal
3 em cada 4 jovens afirma que já pensou em mudar a sua aparência por causa das redes sociais
O mais recente estudo de Dove está inserido na iniciativa Projeto Pela Autoestima, uma iniciativa da marca que tem como principal objetivo educar 250 milhões de crianças para a autoestima, em todo o mundo, até 2030. A relevância deste estudo passa por analisar de que forma as redes sociais e os conteúdos tóxicos expostos nestas plataformas estão a impactar negativamente a saúde mental dos jovens, incluindo não só a visão destes sobre esta problemática, como a dos próprios pais.
Segundo o mais recente estudo que foi desenvolvido em oito países e inquiriu 1.200 jovens e pais em Portugal, é possível concluir que Portugal é dos países da União Europeia em que mais jovens admitem estar viciados nas redes sociais: 86% diz estar viciado neste tipo de plataformas. A média europeia aponta para 78%. Este fenómeno inicia-se muito cedo, pois 9 em cada 10 jovens já usa redes sociais aos 13 anos, com a agravante que 8 em cada 10 diz mesmo preferir comunicar com outras pessoas através das redes sociais, em vez de o fazer pessoalmente.
PUBLICIDADE
Face às grandes conclusões do estudo, percebemos que as redes sociais têm impacto negativo na saúde mental de 2 em 5 jovens, em Portugal, muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assintem: 9 em cada 10 jovens já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos nas redes sociais. Mas de que tipo de conteúdos estamos a falar? Sabemos que cerca de metade dos jovens (45%) já foi exposto a conteúdos que incentivam comportamentos de restrição ou distúrbio alimentar. Que 7 em 10 jovens já consumiu conteúdos onde se incentivava a utilizar de forma excessiva filtros nas suas fotografias e vídeos. E ainda que, 1 em 4 jovens já esteve exposto a conteúdos relacionados com automutilação. Estes conteúdos influenciam de tal forma os jovens que 3 em 4 afirma que as redes sociais têm o poder de os fazer querer mudar a sua aparência.
Sobre estas conclusões, Eduardo Sá, psicólogo e especialista em Saúde Familiar e Educação Parental, comenta: “O último estudo da Dove ajuda-nos a perceber como muitas das mensagens a que os adolescentes têm acesso, de forma livre, nas redes sociais, podem ter um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental e na forma como perspetivam a sua autoestima, de modo, progressivamente, mais debilitado. Mostra-nos também que não são capazes de destrinçar a realidade que os algoritmos lhes facultam da realidade tal qual ela é, o que faz das redes sociais um elemento preponderante na sua informação e na sua formação.”
E acrescenta: “Reconhecendo que os jovens não se autorregulam nem que têm quem os resgate dessa dependência, isso faz das redes sociais uma espécie de ‘droga leve’ que todos consomem.”
No que respeita à perspetiva dos pais, o estudo conclui que quase metade (48%) sente-se culpado por não estar a proteger suficientemente bem os seus filhos, daquilo que veem e ouvem nas redes sociais diariamente; e a maioria (52%) acredita que as redes sociais têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles próprios no desempenho das suas funções de pais.
Além disso, face ao panorama atual, 9 em 10 pais concorda que as marcas e os influenciadores devem assumir o compromisso de publicar conteúdos de forma mais responsável nas redes sociais. Maria Matos, responsável Dove em Portugal, explica como Dove está a atuar neste sentido: “Marcas como a Dove devem continuar a dar o exemplo. Se há 15 anos atrás fomos pioneiros na chamada de atenção para o uso excessivo de ferramentas de edição de imagem na moda e publicidade, numa época em que as redes sociais ainda não existiam, hoje o debate que lançamos é mais alargado. Não podemos ignorar o número de jovens que é exposto a conteúdos nocivos nestas plataformas, por isso lançámos uma campanha que alimenta a discussão em torno da temática do impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens”.
Este ano Dove vai ainda mais além e lança em conjunto com a Mental Health Europe, rede europeia independente que trabalha na prevenção de problemas de saúde mental, uma petição internacional cujo objetivo é recolher o máximo número de assinaturas para legislar as redes sociais, levando assim o tema da segurança online dos jovens a discussão ao Parlamento Europeu.
Para dar a conhecer as conclusões deste estudo, Dove realizou ontem uma talk intimista na Praça Central do CascaiShopping, às 17h00. Esta foi mediada pela escritora e influenciadora Catarina Raminhos, contou com o contributo do psicólogo e especialista em Saúde Familiar e Educação Parental Eduardo Sá, com o testemunho da cantora Carolina Deslandes, da influenciadora Catarina Cabrera e ainda de jovens que fizeram parte do programa Dove Eu Confiante. Até dia 11 de junho vai poder ver neste espaço a ativação Dove que expõe as principais conclusões do estudo e conteúdos nocivos que estes veem nas redes sociais.
Os jovens portugueses começam a usar precocemente as redes sociais:
- Portugal é dos países da UE em que mais jovens admitem estar viciadas nas redes sociais: 86% diz estar viciado neste tipo de plataformas, face à média europeia de 78%.
- 9 em cada 10 jovens começa a usar redes sociais a partir dos 13 anos.
- 8 em cada 10 considera que as redes sociais são para os seus pares uma parte de si mesmos e admite ficar aborrecido se não puder aceder às redes sociais.
- 8 em cada 10 diz preferir comunicar com outros jovens através das redes sociais, em vez de pessoalmente.
E cada vez mais expostos a conteúdos nocivos:
- 9 em cada 10 jovens já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos nas redes sociais. Uma vez mais, Portugal apresenta uma maior percentagem em comparação com a média europeia (93% vs 85%). De que tipo de conteúdos estamos a falar?
- Quase metade dos jovens (45%) já foi exposto a conteúdos nas redes sociais que os incentivava a comportamentos de restrição ou distúrbios alimentares.
- 3 em cada 4 jovens já foi exposto a conteúdos que mostravam corpos perfeitos e irrealistas.
- Cerca de 7 em cada 10 já consumiu conteúdos que promoviam a utilização excessiva de filtros em fotografias e vídeos.
- 1 em cada 4 admite ter sido exposto a conteúdos que incentivam à automutilação.
- 3 em 4 jovens concorda que as redes sociais têm o poder de influenciá-los a querer mudar a sua aparência.
Os pais sentem-se impotentes face aos conteúdos que os filhos consomem nas redes sociais:
- Mais de metade dos pais (52%) acredita que as plataformas de redes sociais têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles próprios enquanto pais.
- 85% considera que as redes sociais podem causar problemas de saúde mental nas crianças e 4 em 10 confirma que os conteúdos das redes sociais têm efetivamente um impacto negativo na saúde mental dos seus filhos.
- Quase metade (48%) dos pais sente-se culpado por não estar a proteger suficientemente os seus filhos do que veem ou fazem nas redes sociais.
- 7 em cada 10 acredita que os algoritmos das redes sociais são concebidos para apresentar aos utilizadores conteúdos tóxicos, com o argumento de que este tipo de conteúdos tende a gerar maior interação com os mesmos.
- Só 2 em cada 10 acredita que as plataformas das redes sociais se importam com a saúde mental dos jovens.
Os pais pedem responsabilização para melhorar a experiência dos filhos com as redes sociais:
- Mais de 85% dos pais concorda que as redes sociais precisam de mudar para darem uma experiência mais positiva aos adolescentes e que é necessário adotar leis para responsabilizar as plataformas pelos danos que estão a causar à saúde mental dos jovens.
- 9 em cada 10 pais concorda que as marcas e os influenciadores também devem assumir o compromisso de publicar conteúdos de forma mais responsável nas redes sociais.
Related Images:
PUBLICIDADE