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Nestlé Portugal nasceu para o mundo há 100 anos pela mão de Egas Moniz
A Nestlé Portugal, que assinala os 100 anos numa cerimónia esta sexta-feira, nasceu no lugar de Pensal, em Avanca (Estarreja, Aveiro) pela mão do Nobel da Medicina português Egas Moniz, e faturou 677 milhões de euros em 2022.
Antes de ser nome de produto, Pensal foi o lugar onde há 100 anos, no dia 10 de março de 1923, nasceu a Sociedade de Produtos Lácteos, Lda, fundada por Egas Moniz, Rudolf Leipold e mais 48 sócios, que mais tarde viria a dar lugar à Nestlé Portugal.
A vila natal de Egas Moniz, no distrito de Aveiro, albergava assim a primeira fábrica de leite em pó no país, tendo obtido, 10 anos depois, “o exclusivo da fabricação e venda em Portugal e nos territórios ultramarinos dos produtos sob a marca Nestlé”, de acordo com informação da empresa prestada à Lusa.
No entanto, ainda antes de se instalar em Portugal, em 1876 foram vendidas as primeiras 800 latas de farinha láctea Nestlé no país, e em 1905 a empresa suíça já tinha estatuto de fornecedor oficial da Casa Real portuguesa.
Já na segunda metade do século XX, depois da II Guerra Mundial, nascem alguns dos produtos da marca que hoje em dia ainda se mantêm, como o Nestum (1958), a Cerelac e o Nesquik (1964), e nos anos 70 surge a Mokambo (1972) e, em 1974, dá-se criação da sucursal na Madeira e o início da produção de Nescafé em Avanca.
Em 1978, é inaugurado o centro de distribuição na vila do concelho de Estarreja, “responsável pela expedição de mais de 80% dos produtos fabricados em Portugal e também exportados para mais de 30 países em todo o mundo”.
Os anos 80 são marcados por uma série de aquisições por parte da empresa portuguesa, como a marca de chocolates Rajá, em Lisboa (1984), e das empresas de cafés Tofa (1985), Sical e Casa Christina (1987), bem como do lançamento das marcas Buitoni e KitKat em Portugal (1988).
Em 1986 inicia-se o fabrico dos cereais de pequeno almoço em Portugal, com as marcas Chocapic e Estrelitas, e 1988 vê nascer um novo segmento da empresa, o dos alimentos para animais (através da Friskies).
Nos anos 90, a Nestlé continuou a investir no café, com a aquisição da marca Buondi à empresa Montarroio, entrando também “no mercado dos iogurtes e sobremesas lácteas refrigeradas, através da aquisição da Longa Vida”.
Já no século XXI, com a aquisição pelo grupo da Ralston Purina em 2002, “é criado em Portugal o negócio Nestlé Purina Petcare”, no segmento dos animais, a que se juntará, mais tarde, em 2008, a iniciativa Petweek, “o início do caminho para um edifício totalmente ‘dog friendly’ [amigo dos cães]”, atualmente implementado nas instalações da empresa, no Campus Nestlé (Linda-a-Velha, Oeiras).
Os anos 2000 são também marcados pela aparição, em Portugal, do segmento do café em cápsula, através da marca Nespresso (2003), em 2017 iniciou-se a produção de Nescafé em grão na fábrica do Porto, e em 2019 a da Starbucks, tendo Portugal sido “o primeiro mercado a nível mundial a produzir café em grão” sob aquela marca.
Em 2022, a faturação da Nestlé Portugal totalizou 677 milhões de euros, uma subida homóloga de 8,3% (52 milhões de euros), anunciou a marca no dia 10 de março, na celebração do seu 100.º aniversário, um resultado que inclui também exportações no valor de 125 milhões de euros.
Para cerimónia que assinalará os 100 anos da empresa, que se realiza na sexta-feira, está prevista a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, e do ‘chairman’ do grupo Nestlé, Paul Bulcke.
Atualmente, a Nestlé Portugal gere mais de 90 marcas, conta com mais de 2.800 trabalhadores e faz 53% das compras a produtores nacionais, contando com nove instalações: o Campus Nestlé (Linda-a-Velha, Oeiras, distrito de Lisboa), duas fábricas (São Mamede de Infesta, Maia, distrito do Porto, e Avanca), com o centro de distribuição também em Avanca, e ainda cinco delegações (Carnaxide, Loulé, Coimbra, Madeira e Porto).
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