Saúde

Herpes não é apenas uma bolha desconfortável na boca. Descubra mais sobre a doença “incurável” 

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 13-05-2023

Quem nunca teve um herpes labial? A maioria já esteve em contacto, mas desengane-se: não é por ser recorrente que deve ser banalizado. Há cuidados a ter. 

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Há um primeiro contacto e “fica para sempre”. A infeção com o vírus do herpes é uma doença incurável. Depois de a contrair, esta “corre os nossos nervos”, instala-se “perto da coluna vertebral” e permanece num gânglio. Mais tarde, por causa de diversos fatores, “o vírus sai desse gânglio e fica exposto, em forma de lesão”, pode ler-se num artigo da Notícias Magazine.

Quem fala do tema é Isabel Serpa, médica-dentista. Mas ainda que o vírus do herpes seja comum, não deve, por isso, haver menos cuidados. “Para a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), antes de falar do que já se sabe, é necessário desfazer mitos. Goreti Catorze, secretária-geral do organismo, começa por esclarecer que a infeção por herpes não é apenas uma doença sexualmente transmissível. Há muitas mais formas de ser transmitido de umas pessoas para as outras. Embora possa ser transmitido sexualmente, também pode ser transmitido por meio do contacto direto com lesões ativas de herpes, através de beijos, partilhando objetos contaminados e de mãe para filho durante o parto”, de acordo com a mesma publicação.

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Em segundo lugar, a responsável da SPDV frisa que “o herpes não é apenas uma doença trivial”, isto é, “embora a maioria das lesões de herpes sejam leves e autolimitadas, em alguns casos, podem causar complicações graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como bebés, idosos e pessoas com doenças associadas”.

As complicações referidas pela profissional em pessoas debilitadas englobam “disseminação do vírus para outras partes do corpo, infeção do sistema nervoso central, infeção ocular e de órgãos internos e complicações durante a gravidez”. Assim, a SPDV ainda que “não procure alarmar uma situação que é recorrente a grande parte da população”, alerta que o vírus do herpes não é, em determinadas situações, inofensivo.

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O vírus do herpes não é simples, afirma a dermatologista Ana Moreira. “Existem cerca de oito tipos de vírus de herpes, sendo o mais frequente o tipo 1 e o tipo 2, estando, respetivamente, associados as lesões dos lábios, boca ou oculares e a lesões genitais”. Afinal, o herpes não é apenas aquela bolha (e mais tarde ferida) no canto da boca que aborrece e pelo desconforto. Pode também estar presente nos órgãos genitais. Aí, “as lesões têm uma apresentação muito aproximada das do tipo 1, que são umas gotículas com um conteúdo aquoso”, explica a profissional.

Ana Moreira adianta que, devido ao grande número de pessoas infetadas com ambos os tipos, “tem ocorrido uma mistura entre o 1 e o 2”. Acrescenta ainda que o herpes tipo 3, por exemplo, “é o vírus da varicela, que pode, depois de uma primeira infeção, reativar e transformar-se na chamada zona”.

“Quando se entra em contacto com o vírus do herpes pela primeira vez, por norma numa idade precoce, pode desenvolver-se uma primeira infeção mais expressiva”, a chamada gengivo-estomatite herpética, diz Isabel Serpa, médica-dentista na Clínica Santa Madalena. “É algo mais grave.”

Nestes casos, não se trata de uma pequena lesão no lábio, mas antes de toda a cavidade. “Esta infeção é extremamente debilitante para a criança, levando a queixas de dor, possibilidade de ocorrer febre e podendo até afetar a alimentação correta”, prossegue.

Se as pessoas com herpes desenvolverem estes sintomas devem estar alerta, indica Goreti Catorze, também dermatologista. São eles: “febre alta, dor na boca, gengivas inchadas e dolorosas, feridas na boca, dificuldade para comer e beber e salivação excessiva e mal-estar geral”. Depois de uma suspeita de gengivo-estomatite herpética em crianças, há cuidados a ter. “Deve procurar-se um médico ou dermatologista para o diagnóstico correto, seguir as recomendações de tratamento prescritas, administrar líquidos para evitar a desidratação, evitar alimentos ácidos e salgados que possam irritar as feridas e manter uma boa higiene oral.”

Segundo a Notícias Magazine, estes são os três tipos principais do Herpes:

Tipo 1:
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, o Herpes Simplex Vírus tipo 1 (HSV-1), da família Herpesviridae, “está geralmente associado a infeções orais, como lesões de herpes labial (bolhas nos lábios), mas também pode causar infeções genitais através de contacto orogenital”

Tipo 2:
O HSV-2, o tipo 2, “por sua vez, é conhecido por ser principalmente transmitido através de contacto sexual e é a causa mais comum de herpes genital”. Nos últimos anos tem ocorrido uma mistura entre o vírus tipo 1 e o vírus tipo 2

Tipo 3:
Além dos dois tipos principais de HSV já referidos, “outros membros da família Herpesviridae podem causar infeções em humanos, como o vírus da varicela-zoster (VZV)”, também conhecido por tipo 3, e “que causa varicela na primeira infeção e herpes zoster (zona ou ‘cobrão’ na linguagem popular) na reativação”.

 

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