Coimbra
Promotora dos concertos de Andrea Bocelli em Coimbra põe Câmara em tribunal
A promotora dos concertos de Andrea Bocelli no Estádio Cidade de Coimbra, nos dias 25 e 26 de junho de 2021, Mot – Espetáculos e Entretenimento, Lda, entregou no segundo trimestre de 2022 uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra, contra a Autarquia.
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A ação visa impugnar uma decisão dos serviços municipais que acionaram à empresa uma caução prestada no valor de 27. 963 euros, bem como do seguro de responsabilidade civil relativo aos dias dos espetáculos do tenor italiano.
Esta decisão surgiu na sequência dos trabalhos de substituição do relvado, que decorreram entre 5 de agosto e 10 de setembro de 2021 e já depois de terem existido duas vistorias ao recinto desportivo, com os serviços a imputar um estrago à produtora no valor de 46.721 euros.
Segundo o diretor executivo da MOT “na primeira vistoria foi declarado pelos serviços camarários a inexistência de qualquer dano”, mas numa segunda vistoria “foi apurado um ligeiro assentamento na pista 1 com cerca de 2m2, não verificado a olho nu, um assentamento da caleira perimetral e uma tampa de plástico partida de uma caixa de visita de águas”.
De acordo com Tiago Castelo Branco, a MOT “prontamente assumiu esses ligeiros danos, tendo solicitado um orçamento a uma empresa especializada”.
A autarquia ficou de solicitar igualmente um orçamento mas até à data a produtora, “não obstante diversas interpolações, não recebeu qualquer orçamento, vistoria posterior e mapa de trabalhos”, realçou o responsável, no período de intervenção do público na reunião do executivo, desta segunda-feira, 24 de abril.
O diretor executivo da MOT relembrou “que fará no próximo mês de junho dois anos que acorreram os concertos, de classe mundial, que projetaram a cidade no mundo”.
Tiago Castelo Branco frisou, ainda, que a empresa que representa comprometeu-se, no âmbito de uma protocolo tripartido entre Câmara de Coimbra, AAC/OAF e MOT, em “garantir a não existência de qualquer dano na pista de atletismo”, bem como em “usar uma solução técnica de cobertura devidamente certificada”, que custou à empresa “cerca de 75 mil euros”, sublinhando “que não existiu contrapartida financeira do município ao evento”.
O produtor disse que quando chegaram ao Estádio Cidade de Coimbra depararam-se “com o impensável e com uma estrutura totalmente obsoleta e degradada que punha em causa a realização de eventos e a sua segurança”.
“Não havia uma casa de banho que estivesse 100% operacional, portas de emergência completamente obstruídas e tapadas com lixo, entulho e maquinaria, faltavam mais de 800 luminárias”, assegurou, realçando que “não fora a empresa a suportar todas as reparações e a manutenção, não teria sido possível, com dignidade acolher os concertos”.
O diretor executivo refere que após a tomada de posse do atual executivo, pediu por três vezes por escrito uma reunião com o presidente, mas “nunca obteve qualquer resposta”.
Questionado pelo Notícias de Coimbra, José Manuel Silva garante que vai marcar a reunião solicitada, mostrando disponibilidade total em se reunir com os responsáveis da promotora, para “chegar a um entendimento extra judicial”.
No entanto, o autarca sublinha que “confia plenamente nos serviços municipais”.
Veja o vídeo do Direto NDCcom Tiago Castelo Branco, diretor executivo da MOT:
Veja o vídeo do Direto NDC com José Manuel Silva, presidente da Autarquia de Coimbra:
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