Coimbra
Coimbra: “O meu filho não está vivo, jamais”. Mãe desespera há 3 semanas por saber notícias de Pedro Alexandre
Já são 23 dias sem notícias de Pedro Alexandre, o jovem que está desaparecido no Dianteiro, em Coimbra. Há muitas perguntas, mas quase nenhuma tem resposta. A família não descansa até encontrar o rapaz que não é visto desde o dia 27 de março.
O Notícias de Coimbra falou com a mãe do jovem de 28 anos, Adosinda Cruz que tenta exprimir como tem vivido estas últimas três semanas sem o filho. A mulher de 64 anos reviveu os últimos momentos que falou com Pedro.
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“No dia 27, às 3:00, ele liga-me. Ligava-me constantemente porque tinha ataques de pânico e muita ansiedade. Eu estava a dormir e o telemóvel toca”, conta Adosinda que diz que respondeu ao filho, mas que lamenta até a maneira como falou: “Fui um bocado rude”, refere levando a mão ao peito dizendo que sentiu ao mesmo tempo “um aperto no coração”. Pedro Alexandre diz que foi dar um passeio.
Entretanto, continua Adosinda, conta que adormeceu, uma vez que também toma medicação. Nessa manhã, o filho volta a contactar a progenitora, por volta das 10:00. “Graças a Deus que me atendeste mãe. Eu adormeci e acordei agora, estou cheio de frio”.
“Ele estava em pânico e eu pedi-lhe para ele mandar uma fotografia para o telemóvel do pai para saber a zona onde poderia estar”, prossegue, acrescentando que Pedro lhe disse que andava à procura dos comprimidos. O mistério começa aqui. “A partir daí mais nada, fez ontem [17 de abril] 3 semanas […] Fui ligando, mas não chama”, conta.
Como mãe, nunca imaginava este desfecho, contudo as esperanças começam a esmorecer. “Com os nervos à procura dos comprimidos deve ter-se enfiado para algum buraco […] O meu filho não está vivo, jamais. Ao menos queria o corpinho dele. Eu acredito que ele esteja perto, mas é tanto mato…”, conta em lágrimas a mãe de Pedro Alexandre.
A sexagenária refere que têm surgido muitos comentários odiosos sobre o possível paradeiro do desaparecido. A mãe pede, encarecidamente, para a população não comentar este caso: “Peço às pessoas que não falem do que não sabem. O meu filho esteve numa instituição e não merecia. Tinha o pai e a mãe. Ele já sofreu muito. Se têm coração, respeitem a memória dele”.
Segundo Adosinda, nada fazia antever o seu desaparecimento, até porque Pedro Alexandre saiu de casa e deixou os documentos e roupa para trás.
A familiar recorda que o jovem “era um menino doce e feliz até aos 9 anos. Depois veio a adolescência e foi complicado e aos 14 anos vai para uma instituição”. A mãe diz que o filho sofre de “problemas psicológicos, fobia social e de ataques de pânico desde a pandemia.”
Desesperada, só pede que o encontrem. Hoje, não consegue entrar no quarto de Pedro. Custa-lhe ainda estar num espaço que é dele e que não sabe se vai voltar a entrar pela porta do número 5, da Rua do Ribeiro, na aldeia do Dianteiro, em Coimbra.
Pode ler aqui como correram as buscas e os testemunhos de pessoas que conhecem Pedro Alexandre.
Veja a entrevista com Adosinda Cruz:
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