Crimes
Autarca de Famalicão nega qualquer utilização indevida da carrinha da junta
O advogado da presidente da União de Freguesias de Vila Nova de Famalicão e Calendário afirmou esta terça-feira que a autarca “nunca usou” a carrinha da junta para fins pessoais e adiantou que vai requerer a abertura de instrução.
Em declarações à Lusa, Pedro Nascimento disse ainda que a autarca, Estela Veloso, apenas deixava a carrinha da junta frente à sua casa, de noite, por questões de segurança, uma vez que a viatura já teria sido vandalizada “várias vezes” quando ficava fora da junta.
“E estamos a falar de uma distância de apenas 150 metros, entre a sua residência e a sede da junta”, sublinhou.
O Ministério Público (MP) acusou Estela Veloso de peculato de uso, pela alegada utilização de uma viatura da autarquia para fins pessoais, anunciou na segunda-feira a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
Segundo nota publicada página daquela procuradoria, a arguida, entre 11 de agosto de 2014 a 14 de julho de 2021, utilizou veículo pertencente à autarquia “nas deslocações entre o domicílio e o local de trabalho”.
Pedro Nascimento diz que a acusação apenas refere quatro datas em que aquela situação terá acontecido.
“Como é possível que isso chegue para o Ministério Público, presumir que a utilização ocorreu durante sete anos?”, questionou o advogado.
Disse ainda que a autarca tem autorização da junta, com conhecimento da Assembleia de Freguesia, para usar a viatura oficial em certos casos e para a levar para casa à noite, por questões de segurança.
“E, repito, em causa está uma distância de 150 metros”, frisou.
Pedro Nascimento acrescentou que Estela Veloso “nunca foi ouvida pelo Ministério Público”, só tendo prestado “uma vez” declarações na Polícia Judiciária.
“Nunca pediram esclarecimentos complementares, nunca quiseram saber de documentos que autorizam a utilização da carrinha em casos específicos e, mesmo assim, precisaram de dois anos para deduzirem uma acusação que tem apenas nove pontos”, criticou.
A defesa da autarca vai requerer a abertura de instrução, para tentar evitar que o processo vá a julgamento.
“De uma coisa tenho a certeza, a minha cliente vai ser absolvida, porque nunca usou a carrinha para fins pessoais e está de consciência completamente tranquila”, rematou o advogado.
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