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Já há livros “escritos” por ChatGPT à venda na Amazon
A Amazon tem cerca de 200 livros à venda escritos com recurso ao ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial, uma situação que é vista como uma ameaça para os escritores.
O número 200 foi avançado pela agência Reuters em finais de fevereiro e, nos dias seguintes, surgiram alertas quanto aos riscos desta ferramenta, como o de Mary Rasenberger, diretora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores profissionais dos Estados Unidos.
“Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados”, afirmou, citada pelo ‘site’ BusinessInsider.
O exemplo de um livro totalmente escrito pelo ‘robot’ é “ChatGPT on ChatGPT: The AI Explains Itself” (“ChatGPT sobre ChatGPT: A Inteligência Artificial Explica-se”) e a versão em papel custa 11,9 dólares (11 euros), grátis na versão Kindle.
Outro é “The “Wise Little Squirrel” (“O Esquilozinho Sábio”), de Brett Schickler, um vendedor de Rochester, Nova Iorque, que concretizou o sonho de escrever um livro, mas com o ChatGPT.
Tem 30 páginas, foi escrito em poucas horas com esta ferramenta, e está à venda na Amazon Kindle, em versão digital, por 2,99 dólares (2,8 euros), ou 9,99 dólares (9,5 euros) na versão impressa.
Até final de fevereiro, Shickler tinha ganho menos de 100 dólares (93 euros), segundo disse à Reuters.
A Amazon afirmou que todos os livros na sua loja ‘on-line’ devem cumprir as regras de propriedade intelectual, mas nada adiantou quanto a uma eventual mudança de regulamentos sobre o uso da tecnologia. A OpenAI, que lançou o ChatGPT, optou por não se pronunciar.
A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações, mas especialistas alertam que também apresenta riscos, como a violação de privacidade, algoritmos tendenciosos, que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente.
Os modelos de inteligência artificial generativa, como as ChatGPT, são capazes de a partir de um texto simples gerar, criar textos extremamente complexos, com resposta a questões, com criação de novas questões, criação de conteúdo, peças jornalísticas.
Na descrição do especialista português Luís Paulo Reis, feita à Lusa, é também possível fazer programas para disciplinas do ensino superior ou do ensino secundários, respostas a exames, criar inclusivamente exames.
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