Politécnico
Doutoramentos nos politécnicos valorizam as instituições e as regiões
O presidente da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) saudou hoje a aprovação, pelo parlamento, dos doutoramentos nos politécnicos, considerando que a medida valoriza as instituições, mas também as regiões do interior.
“Era aquilo que esperávamos e foi fruto de muito trabalho entre as próprias instituições e os estudantes: que os decisores tivessem noção do território que têm e da necessidade de inovação”, começou por dizer João Pedro Pereira.
O presidente da FNAEESP falava em declarações à agência Lusa à saída da Assembleia da República, momentos depois de, lá dentro, ter sido aprovada a proposta que permite que os institutos politécnicos atribuam o grau de doutor e adotem a designação “Polytechnic University” em conjunto com a designação em língua portuguesa.
“Esta questão do nome internacional é um reconhecimento e uma perceção melhor daquilo que é a nossa missão no país, na Europa e no mundo”, considerou João Pedro Pereira, acrescentando que as regiões do interior também acabam por ser valorizadas.
“Os deputados percebiam a necessidade que as suas regiões tinham desta valorização”, sublinhou, acrescentando que, quando o secretário de Estado do Ensino Superior admitiu ter reservas quanto à proposta, parecia esquecer a “política de coesão territorial (…) que tem de ser pensada quando se decidem iniciativas”.
Por outro lado, o representante dos estudantes defendeu também que os doutoramentos nos politécnicos vão trazer um reforço da investigação nas instituições que irá contribuir para a inovação nas empresas.
“As universidades fizeram o seu trabalho, sim, mas não estão tão vocacionadas para esse impacto”, afirmou, sustentando que, pela proximidade natural entre o setor empresarial e os institutos politécnicos, as empresas também vão beneficiar da medida, incluindo no que respeita à formação e qualificação dos seus trabalhadores.
De acordo com o texto final hoje aprovado, os politécnicos passam a ter a possibilidade de conferir o grau de doutor, desde que tenham recursos humanos e organizativos “necessários à realização de investigação” e que possuam “experiência acumulada nesse domínio sujeita a avaliação e concretizada numa produção científica e académica relevantes”.
O diploma, que terá efeitos práticos “no primeiro dia do ano letivo subsequente” à sua publicação, foi aprovado com os votos favoráveis de todas as bancadas e apenas cinco votos contra: de quatro deputados do PS – Filipe Neto Brandão, Bruno Aragão, Cláudia Santos, José Pedro Ferreira – e do deputado social-democrata António Topa Gomes.
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