Educação
Alunos realizam teste com perguntas sobre prostituição e exploração sexual
Alunos do 9º ano da escola secundária Gabriel Pereira, em Évora, fizeram um teste onde eram colocadas duas perguntas de desenvolvimento sobre prostituição e exploração sexual, isto para um trabalho para as disciplinas de Português e de Cidadania, com base na análise literária do “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente. O caso está a gerar polémica.
As perguntas deveriam fazer os alunos refletir sobre a situação de uma jovem mulher que entrou para o mundo da prostituição e/ou colocar-se no lugar de um explorador sexual. “Pergunta A. Coloca-te na pele de uma jovem mulher que caiu numa rede de prostituição. Escreve um texto em que reveles as circunstâncias que conduziram ao crime e o drama vivido pela vítima, através dos seus pensamentos” e “Pergunta B. Coloca-te na pele de um explorador sexual (proxeneta ou cliente de prostituição). Escreve um texto em que reveles as circunstâncias que conduziram ao crime e os argumentos para aceitação/rejeição do mesmo pelo criminoso.”
O diretor daquela escola nega qualquer queixa sobre o exame, realizado em janeiro, e fala em “tentativa de denegrir” a imagem do estabelecimento de ensino. “Tomei conhecimento na terça-feira à noite e fiquei preocupado. Esta quarta-feira, pelas 8:30, reuni-me com as professoras das disciplinas e a coordenadora do departamento”, explicou ao Correio da Manhã Fernando Martins.
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Num comunicado enviado ao final do dia de ontem, 1 de fevereiro, o agrupamento manifestou a sua indignação e critica as “notícias difamatórias, oriundas das redes sociais e da autoria de alguém com intenções ocultas”.
No que diz respeito à matéria em causa, explica que “representa um exercício pedagógico para aplicação do que foi ensinado em aula, tendo como objetivo a construção de um juízo crítico”.
“É prática comum na disciplina de Português levar os alunos a reconhecer os valores culturais, éticos, estéticos, políticos e religiosos manifestados nos textos, suscitando um paralelo com a atualidade e com as problemáticas sociais”, diz a escola.
“Há uma intenção por detrás disto. Somos um escola que está a crescer, aberta à comunidade. Temos mais de 2500 alunos de 75 nacionalidades. No último ranking, fomos a melhor escola do Sul do País”, diz Fernando Martins.
FOTO: D.R.
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