Desporto

Dakar 2023: Segunda etapa com recorde de idade e favoritos atrasados

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 03-01-2023

 A segunda etapa da 45.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno ficou marcada por um recorde de precocidade, que foi estabelecido nas duas rodas, e pelo atraso sofrido por vários dos favoritos nos automóveis.

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O norte-americano Mason Klein (KTM) tornou-se, aos 21 anos, no mais novo de sempre a vencer uma tirada e a assumir a liderança da prova, depois de ter batido o luso-germânico Sebastian Bühler (Hero) por 1.09 minutos, com o também norte-americano Skyler Howes (Husqvarna) em terceiro, a 1.13 minutos, após os 430 quilómetros cronometrados entre Sea Camp e Al Ula.

Klein, que deu nas vistas pela primeira vez no rali de Marrocos de 2021, ainda sofreu uma penalização de dois minutos por excesso de velocidade em zona não permitida, mas que não lhe retirou o triunfo.

O dia foi difícil para os portugueses nas duas rodas, pois Rui Gonçalves (Sherco), que na véspera tinha perdido mais de meia hora com problemas de embraiagem, cedeu 16.11 minutos, terminando na 22.ª posição.

“Enfrentámos uma etapa longa, com muitas zonas de pedra e bastante técnica. Sabia que, arrancando de trás, iria apanhar pó dos meus adversários e que andar rápido nessas condições seria difícil por falta de visibilidade. Ao longo deste longo dia tentei sempre manter um ritmo constante e, acima de tudo, não cometer erros, conseguindo, dessa forma, ganhar várias posições o que será certamente vantajoso para o dia de amanhã”, comentou, no final.

Logo atrás chegou Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), a 17.44, com António Maio (Yamaha) em 25.º, a 21.07, depois de ter ficado sem travão traseiro aos cinco quilómetros da tirada.

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“Logo nos primeiros quilómetros fiquei sem travão de trás e acabou por ser muito complicado gerir a corrida nestas condições. O percurso era difícil porque tinha muita pedra e alguns perigos pelo caminho. Assim, optei por manter um ritmo tranquilo para não cair. Sem o travão de trás era impossível andar depressa e foi pena porque havia zonas muito ao meu estilo para acelerar”, lamentou.

Mário Patrão (KTM), que corre sem assistência, foi 48.º, a 1:10.44 horas do vencedor.

Com os resultados de hoje, Mason Klein é o novo líder, destronando o australiano Toby Price (KTM) por 1.41 minutos. O espanhol Joan Barreda Bort (Honda) é terceiro, a 2.03 minutos.

“Foi um dia normal para nós, em que mantivemos a nossa estratégia. O Dakar é uma prova de resistência e só começou agora. Estamos em boa posição para lutar pelos primeiros lugares”, disse o português Ruben Faria, diretor desportivo da Honda, que tem no norte-americano Ricky Brabec o melhor representante, em sexto.

Bühler é 10.º, a 8.34 minutos, Quim Rodrigues Jr. é 17.º, a 29.40, e António Maio o 20.º, a 32.34. Rui Gonçalves é 26.º, a 51.07 minutos, com Mário Patrão em 50.º, a 2:05.36 horas, após uma etapa “bastante dura”, com “muitos quilómetros” e “muitas trialeiras”, segundo o piloto de Seia.

Nos automóveis, a etapa foi demolidora para muitos dos favoritos.

Os homens da BRX, com o francês Sébastien Loeb à cabeça, sofreram três furos cada ainda antes de cumprida a primeira centena de quilómetros da especial, tendo de rodar mais devagar até ao final. O nove vezes campeão de ralis cedeu mais de uma hora.

Já o compatriota Stephane Peterhansel (Audi) também se viu a braços com furos e cedeu mais de meia hora para o vencedor da etapa, o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota), vencedor da edição de 2022, tal como o sueco Mathias Ëkstrom (Audi), vencedor do prólogo.

Al-Attiyah recuperou cinco minutos ao líder, o espanhol Carlos Sainz (Audi), que também furou, mas apenas uma vez logo no início da especial.

‘El Matador’ foi o terceiro, a 5.05 minutos de Nasser e atrás do neerlandês Erik Van Loon (Toyota), que liderou em pista até ao derradeiro setor, marcado pelas dunas.

“Hoje viemos ao ataque. Recuperar cinco minutos é um bom resultado”, disse Nasser Al-Attiyah.

Na geral, Sainz lidera, agora com 2.12 minutos de avanço para o qatari, com o francês Mathieu Serradori (Century) em terceiro, a 24.44 minutos.

Peterhansel é oitavo, a 36.08 minutos, e Loeb 31.º, a 1:21.43 horas.

José Marques, que navega o lituano Gintas Petrus (Petrus), é o melhor luso, em 36.º, a 1:35.54 horas.

Nos veículos ligeiros, o dia também foi difícil para as aspirações lusas, com Hélder Rodrigues (Can-Am) a ceder quase três horas para o mais rápido da categoria T3 (protótipos), o norte-americano Mitchell Guthrie (BRG), com o chileno Lopez Contardo (Can-Am) em segundo, a 1.25 minutos, e o norte-americano Seth Quintero (BFG) em terceiro, a 7.01 minutos.

Lopez Contardo mantém a liderança, com 8.43 minutos de vantagem sobre Seth Quintero.

Ricardo Porém (Yamaha) sofreu seis furos ao longo da etapa e ainda parou para ajudar o companheiro de equipa João Ferreira (Yamaha), que ficou atascado sem tração dianteira.

João Ré, navegador do saudita Saleh Alsaif (BHT), foi, assim, o melhor representante nacional, na sétima posição.

Nos T4 (veículos derivados de série), o brasileiro Bruno Conti, navegado por Pedro Bianchi Prata (Can-Am), foi 14.º, a 40.41.

Na terça-feira, disputa-se a terceira etapa, entre Al Ula e Hail, com 669 quilómetros, 431 deles ao cronómetro.

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