Economia

Empresa do Pinheiro Bombeiro vai reembolsar lesados

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 29-12-2022

Mais de 200 pessoas receberam o Pinheiro Bombeiro com atraso e cerca de 60 não chegaram mesmo a recebê-lo, mas a empresa responsável garante que vai reembolsar os lesados e, nos casos de atrasos, vai duplicar a doação aos bombeiros.

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A Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV), que recebe uma parte das verbas angariadas nesta iniciativa solidária está “preocupada” com a envolvência do seu nome neste caso, que suscitou dezenas de queixas e reclamações por parte dos clientes do Pinheiro Bombeiro, e espera que a campanha se mantenha.

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Lançada em 2017 pela Rnters, o Pinheiro Bombeiro é uma iniciativa solidária que consiste em retirar pinheiros da natureza, para manter os terrenos limpos e prevenir incêndios. Esses pinheiros são alugados, revertendo parte do dinheiro para ajuda aos bombeiros, e depois devolvidos para serem transformados em biomassa.

O preço do aluguer do pinheiro é 25 euros, dos quais cinco revertem para a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV). O pinheiro podia ser levantado no HUB do Beato (Lisboa) ou entregue em casa mediante pagamento de uma taxa de 20 euros.

Contudo, dezenas de pessoas reclamaram através das redes sociais atrasos de semanas na entrega dos pinheiros, tendo alguns chegado em cima do Natal, e outras queixaram-se de nunca os ter recebido.

“Cerca de 1% dos pinheiros não foram entregues. Isto representa 60 pinheiros em mais de 4.500 alugados que, infelizmente, não conseguimos que fossem entregues. Em relação a entregas com algum tipo de atraso, apuramos 5% de todos os pinheiros”, disse à Lusa fonte da Rnters.

A ‘startup’ portuguesa justifica o sucedido com o facto de ter delegado serviços em terceiros, que “tiveram algumas dificuldades em responder a todos os pedidos atempadamente”.

“De qualquer forma, queremos assumir toda a responsabilidade de termos externalizado estes serviços e por isso tomámos a decisão de dobrar a doação aos bombeiros voluntários de todos os pedidos que sofreram um atraso”, afirmou.

Segundo a Rnters, todos os clientes foram contactados via ‘email’, no qual é explicado o sucedido e “com a respetiva nota de crédito, reembolso e compromisso de dobrar a doação”.

“Todas as encomendas que não chegaram receberam o reembolso total. As que chegaram tarde e em que o reembolso foi pedido, o reembolso foi feito. Após o Natal foram feitos contactos para compensar a experiência menos agradável e foi dobrada a doação de todos os pedidos que sofreram atrasos”, acrescentou a empresa.

No entanto, algumas das pessoas que não receberam o pinheiro confirmaram à Lusa já ter sido contactadas com vista ao reembolso, mas afirmaram ainda não o terem recebido.

Em declarações à Lusa, o presidente da APBV, João Marques, esclareceu que a associação de bombeiros “apenas é a entidade que recebe os donativos desta importante campanha e não tem qualquer intervenção na operacionalização da mesma”.

Naquela que é a sexta edição como “parceiros” da campanha, trata-se da primeira vez que a APBV teve a perceção das dezenas de reclamações e queixas de utentes, por atrasos ou falta de entregas, quando em anos transatos apenas tinham ocorrido “pontualmente situações, como em qualquer operação, e que a equipa do Pinheiro Bombeiro sempre resolveu prontamente e beneficiando sempre o cliente”, afirmou.

João Marques lembrou que todas as campanhas realizadas anteriormente se traduziram “em sucesso” e foram “muito importantes no equipamento dos bombeiros voluntários portugueses, debelando muitas lacunas existentes por todo o país, nomeadamente oferecendo já mais de 6.000 máscaras de proteção respiratória para combate a incêndios rurais”.

“Esperamos sinceramente que a campanha se mantenha de modo a que possamos traduzir todos os donativos que são oriundos da mesma em mais equipamento que tanto é preciso”, sublinhou.

Relativamente à campanha deste ano, a Rnters assegurou que “apesar de nem tudo ter corrido como esperado”, foi possível angariar “mais de 25.000 euros em material profissional para os bombeiros voluntários portugueses, com cerca de 4.500 pinheiros alugados”.

“O remanescente do projeto serve para cobrir os custos operacionais inerentes à operação tais como o desbaste, o transporte e distribuição das árvores, a comunicação e o ‘staff’”, esclareceu.

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