Cidade
Vai um shot?
Artista que é artista não começa a sua actuação em directo sem que peça ao estimado público que “façam barulho”, seguido de um “eu quero ver as mão essas mão no ar”, terminando muitas vezes com um quem é “do Benfica, do Porto, do Sporting, do Académica?”
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Há espectáculos para todos os gostos e feitios e há também do lado do público quem fique mais incomodado com as palavras e os gestos da assistência.
E têm as suas razões para isso, sobretudo aqueles que vivem em locais onde existem bares que vendem para fora e fora de horas o que devia ser consumido lá dentro em horário devidamente fiscalizado.
Dois desses conimbrincenses foram à sessão publica Câmara Municipal de Coimbra exigir que possam ter uma noite descansada, sobretudo nas noites sem sono da semana estudantil, que nesta época é mais à quinta do que À terça, depois de muito anos ter sido à segunda.
Como vai sendo habitual, Sá da Bandeira e Sé Velha estiveram na berlinda. São casos de estudo, onde há de tudo, pelo que qualquer operação generalista deve ser estudada no local por verdadeiros especialistas.
Manuel Machado voltou a afirmar que vai agir em conformidade e que autarquia não descarta as suas responsabilidades, para depois contar a velha história da sua experiência em Salamanca, o seu modelo de noite, que parece remontar ao tempo em que, lá como cá, não havia botellon.
Do lado da oposição, Paulo Leitão e Raimundo Silva também pediram a palavra. Estão muito preocupados com a imagem de Coimbra Património da UNESCO, como se isso fosse visível durante a noite ou o dia.
Na hora de fazer contas, Manuel Machado volta a apostar no consumo mínimo, como aquelas namoradas que prometem, prometem, mas vão adiando a consumação para a noite seguinte. Como daqui a uns meses volta a haver eleições, fará o mesmo que o PSD. Nada! Que no caso dos laranjas, até recuaram antes de ousarem, como de resto pode ser lido nestas páginas.
Claro que a conversa seria outra se as Polícias Municipal e de Segurança Públical não tivessem um core business mais direccionado para quem estaciona em local proibido ou conduz com os copos a mais, que são crime, como os outros, para os quais dizem não ter meios e tempo para actuar.
Certo é que os interesses de uns e outros nunca vai permitir chegar a um consenso. No entanto, todos ficam mais protegidos se depois Queima das Fitas a Câmara Municipal de Coimbra seguir o exemplo dos seus camaradas de Lisboa e os companheiros do PSD aplaudirem as medidas do seu Ministério da Saúde que pondera proibir a venda de tudo o que seja álcool a menores de 18 anos.
Tudo servido com regulamentos e fiscalização eficazes, mas isso é conversa para outra noite e um problema nacional em todas as áreas e sectores, pois Portugal é lesto a produzir legislação mas lento a actuar ou a autuar. É assim algo como os painéis que informam sobre o preço dos combustíveis e a implantação de postos de abastecimento low cost.
Vai um shot de água? Esta é da boa. É do Mondego. Bate na mesma.Então com gelo… É uma pedra! E tem o poder de tornar as medias mais claras.
Opinião de Fernando Moura
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