Portugal

Descubra qual foi a palavra mais pesquisada em 2022 neste dicionário

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 15-12-2022

Oligarca foi a palavra mais pesquisada no dicionário ‘online’ Priberam em 2022, a propósito da invasão russa da Ucrânia, um acontecimento que conduziu também a outras pesquisas, como desmilitarização ou genocídio, foi hoje anunciado.

“No ano de 2022, foram muitas as palavras que chegaram à nuvem do Dicionário Priberam, de tanto serem pesquisadas a propósito de um determinado acontecimento, mas a invasão russa da Ucrânia ditou a mais pesquisada: oligarca”, lê-se num comunicado conjunto do Priberam e da agência Lusa, que se uniram pelo sexto consecutivo para selecionar as palavras mais pesquisadas e que ilustram o ano que está a terminar.

Entre as 24 palavras (duas por cada mês) que definiram o ano, outras se destacaram por estarem relacionadas com a guerra na Ucrânia, como desmilitarização ou genocídio, mas houve também momentos importantes da política nacional e internacional que ditaram uma pesquisa intensa de termos, como maioria absoluta, politização ou polarização.

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“Também não faltaram as buscas em momentos de acidentes ou desastres, como fajã, monções, grisu ou intempérie, nem de algumas celebrações, como jubileu e bicentenário”, acrescenta o comunicado.

As palavras selecionadas estão a partir de hoje no ‘site’ oanoempalavras.pt, cada uma delas ilustrada com uma fotografia e uma notícia do evento que suscitou a pesquisa.

Uma novidade introduzida este ano é a possibilidade de os visitantes votarem nas suas palavras e imagens preferidas.

O ‘site’ está estruturado por ordem cronológica, de janeiro a dezembro, e cada palavra permite aceder diretamente ao seu significado no Dicionário Priberam e ao artigo da Lusa sobre o evento que motivou as pesquisas.

“As palavras com que, anualmente, soletramos os meses que decorreram são, no fim de contas, a cara do nosso ano coletivo. Houve uma maioria absoluta em janeiro, o medo da estagflação em março, as festas a que nos juntámos do jubileu de uma rainha em maio, a monarca que se finou em setembro, enquanto observámos as atribuladas exéquias do mais duradouro presidente do espaço lusófono em julho. Polarização houve no ano inteiro, se bem pensarmos, mas destacámo-la em novembro, no rescaldo das eleições brasileiras, quando Lula, o presidente eleito visitou Portugal. Faltou-nos o Qatar em dezembro”, disse a diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, a propósito da iniciativa.

O diretor executivo da Priberam, Carlos Amaral, considerou, por sua vez, que “O Ano em Palavras”, mais do que qualquer termo isolado, “ajuda a compreender o que foram os 12 meses anteriores, definidos pelos eventos que mais marcaram os milhões de utilizadores” do dicionário.

Endémico e maioria absoluta foram as palavras que marcaram janeiro, mês em que se soube que o vírus da covid-19 estava a tornar-se endémico na União Europeia e em que se realizaram eleições legislativas em Portugal, com o PS a alcançar maioria absoluta.

As palavras que caracterizaram o mês de fevereiro, quando Putin declarou que a invasão russa da Ucrânia tinha por objetivo a desmilitarização e a desnazificação do país, e o Reino Unido impôs sanções a oligarcas e bancos russos, foram desmilitarização e oligarca.

Março foi definido pelas palavras estagflação, a propósito das declarações da presidente do Banco Central Europeu, de que não via sinais de estagflação no horizonte, e Fajã, devido à atividade sísmica na ilha de São Jorge, que dificultou o acesso a algumas fajãs.

Em abril, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer genocídio, e o novo presidente timorense, José Ramos-Horta, disse que a dissolução do parlamento não era dogma, pelo que as palavras mais procuradas foram genocídio e dogma.

Jubileu e varíola foram as palavras de maio, a propósito da celebração do jubileu de platina pela rainha Isabel II, e da confirmação oficial de novos casos de varíola dos macacos (monkeypox) em Portugal.

Em junho, o incumprimento da Rússia no pagamento de dívida pela primeira vez em cem anos e a vitória do bairro da Madragoa nas Marchas Populares de Lisboa ditaram a escolha das palavras incumprimento e Madragoa nas pesquisas.

Julho, mês em que as primeiras imagens coloridas do telescópio James Webb incluíram as de uma nebulosa brilhante a cerca de 7.600 anos-luz da Terra e em que família e representantes do Estado angolano negociaram as exéquias do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, ficou marcado pelas palavras anos-luz e exéquias.

Monções e politização foram as expressões escolhidas em agosto, mês em que as inundações no Paquistão, causadas pelas chuvas das monções, deixaram quase mil mortos e 30 milhões de pessoas atingidas, e em que a UNITA lamentou a politização e tratamento dado aos restos mortais de Eduardo dos Santos na trasladação para Luanda.

A morte da rainha inglesa Isabel II, aos 96 anos, e a participação de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil, fizeram de monarca e bicentenário as palavras em destaque no mês de setembro.

As palavras repressão, na sequência de mais de uma centena de mortos na repressão de protestos no Irão, após a morte de uma mulher detida pela polícia da moralidade, e Grisu, devido à explosão mortal numa mina de carvão na Turquia, por possível acumulação de grisu, marcaram outubro.

Novembro foi o mês da polarização, com as eleições presidenciais no Brasil a gerar polarização política, e da prevaricação, com o Ministério Público a acusar Miguel Alves, antigo presidente da Câmara de Caminha e ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.

Finalmente, dezembro ficou marcado por ‘Hat Trick’, com a chegada de Portugal aos quartos do mundial de futebol do Qatar com uma goleada e um ‘hat trick’, e por intempérie, devido à intempérie que afetou a Área Metropolitana de Lisboa.

Em 2022, destacaram-se ainda as pesquisas de palavras como hecatombe, desnazificar, sanções, pária, capitulação, dissuasão, lei marcial, afasia, sindemia, multifacetado, perdão, catari, dobradinha, recopa e tomba-gigantes.

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