Cidade
Coimbra quer voltar a cooperar com a Beira
A embaixadora de Moçambique, Fernanda Lichale, esteve, ontem ao final da tarde, na Câmara Municipal de Coimbra (CMC), onde reuniu com o presidente, Manuel Machado, que já trabalhou em Moçambique.
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Foi a primeira vez que a diplomata visitou os Paços do Concelho e a sua comitiva integrou, entre outros, o cônsul-geral de Moçambique, as conselheiras para a área da cooperação empresarial e área política, o 2.º secretário da embaixada e o presidente da Associação Portugal Moçambique.
Logo que usou da palavra, Fernanda Lichale recordou a geminação entre Coimbra e a cidade moçambicana da Beira, concretizada em junho de 1997, durante uma das anteriores presidências de Manuel Machado na CMC. “Vamos revitalizar o que já existe, intensificando a nossa cooperação”, desafiou Fernanda Lichale, para quem Coimbra é “uma cidade maravilhosa”. Apesar da consciência de que Portugal “tem estado numa situação difícil”, Fernanda Lichale entende que é possível revitalizar a geminação.
Face ao repto da embaixadora, Manuel Machado demonstrou entusiasmo no reatamento do intercâmbio entre Coimbra e Beira: “Se puder ser reativado, vamos a isso, reativar um projeto que tinha valor.” O presidente da CMC reconhece que o país vive “um tempo de alguma complexidade”, mas lembrou que, “ao longo dos tempos foi assim em Coimbra: quando tudo estava desgraçado, perdido, havia sempre um caminho” e, acrescentou, “a sociedade portuguesa sempre conseguiu reagir às crises e criar caminhos novos”.
Manuel Machado revelou que a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a que também preside, propôs ao Governo a compra do Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA), instituição sedeada em Coimbra. “Se conseguirmos isso [a compra], podemos fazer acordos para a formação de quadros moçambicanos, aqui em Coimbra ou em Moçambique”, propôs o autarca, que vê ainda outras oportunidades de cooperação entre a cidade e aquele país africano. Nomeadamente, ao nível da Saúde e, na área do empreendedorismo/incubação de empresas, através do Instituto Pedro Nunes.
Fernanda Lichale agradeceu estas propostas, garantindo que Moçambique, país que este ano comemora 40 anos de independência, “atribui grande importância à formação”. “Vamos ver o que podemos fazer em conjunto. Coimbra tem tudo o que a gente necessita numa cidade e a crise não deve ser um empecilho para realizarmos os nossos sonhos”, concluiu.
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