Mundo

Clima e guerra no topo das preocupações nos dois lados do Atlântico

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 29-09-2022

 As alterações climáticas, a guerra e a Rússia constituem os maiores desafios de segurança para as populações transatlânticas, de acordo com um inquérito realizado em 14 países, incluindo Portugal, divulgado hoje.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

A nível global, as preocupações com as alterações climáticas e com a guerra entre países foram destacadas por 18 por cento dos inquiridos, enquanto a Rússia constitui um desafio de segurança para 17% da opinião pública transatlântica.

O inquérito anual, intitulado “Tendências Transatlânticas 2022”, foi divulgado pelas organizações German Marshall Fund of the United States e a Fundação Bertelsmann, ambas com sede em Washington, que trabalham na área das relações entre os Estados Unidos e a Europa.

O inquérito foi realizado ‘online’ entre maio e julho, e envolveu uma amostra de 1.500 pessoas em cada um dos 14 países, num total de cerca de 21.000 participantes.

Apesar de dominarem as preocupações de segurança a nível global, as alterações climáticas e a guerra entre países registam variações de país para país.

“Em Portugal, enquanto 29% das pessoas veem as alterações climáticas como o principal desafio, 23% citam a guerra entre países e 10% a Rússia”, segundo os resultados do inquérito.

Em Espanha, 22% dos inquiridos estão preocupados com as alterações climáticas, 19% com a guerra e 11% com a Rússia.

“No seu conjunto, as preocupações decorrentes da invasão russa da Ucrânia são, assim, priorizadas por 33% dos inquiridos portugueses e 30% dos espanhóis acima das alterações climáticas”, concluem os promotores do estudo.

“Os inquiridos americanos estão mais uniformemente preocupados com diferentes desafios: alterações climáticas (14%), guerra (13%), imigração (11%) e Rússia (10%)”, acrescentam.

Os resultados mostram que “a imigração é uma preocupação menor”, enquanto a pandemia de covid-19, que ocupou o primeiro lugar em 2021, numa lista diferente de opções, se tornou “uma preocupação marginal” (5%).

Ainda de acordo com o inquérito, “ambos os lados do Atlântico preveem que a influência global dos Estados Unidos irá diminuir significativamente nos próximos cinco anos”, principalmente a favor da China e da Rússia.

Alemanha (75%), França (65%) e Reino Unido (55) são considerados os países mais influentes na Europa entre os inquiridos nos 12 países europeus, em que Portugal surge no 10.º lugar (2%).

A maioria dos europeus atribui à UE maior capacidade de gestão das relações com a Rússia, sendo os portugueses os que mais defendem essa posição (55%).

Já os inquiridos na Polónia (30%) e na Roménia (27%) preferem que essa relação seja liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

“Embora haja um apoio maciço ao envolvimento dos EUA na Europa, a União Europeia é vista como desempenhando um papel importante para a segurança nacional pelos europeus”, lê-se no relatório.

Os inquiridos na maioria dos países concordam que os seus governos tomem medidas para responder à invasão da Ucrânia pela Rússia, lançada em 24 de fevereiro deste ano.

Regista-se “um forte apoio à acusação da Rússia por crimes de guerra (74%) e à imposição de sanções económicas mais fortes (71%)”.

As opiniões estão mais divididas sobre a questão do envio de tropas da NATO para a Ucrânia (46% a favor e 40% contra).

No cenário de uma invasão chinesa de Taiwan “uma esmagadora e impressionante maioria” é contra o envio de armas (apenas apoiado por 4%) ou tropas (2%).

Pelo contrário, 35% favorecem a via diplomática para lidar com a questão e 12% a imposição de sanções a Pequim.

Os participantes também foram questionados sobre o estado da democracia nos respetivos países, registando-se, em média, uma queda de 55%, em 2021, para 50%, este ano.

Os suecos (72%) continuam a ser os mais satisfeitos com a sua democracia, enquanto os portugueses registam 65% de satisfação.

“Polacos (36%), italianos (31%) e turcos (21%) continuam a ser os menos satisfeitos”, indicam os resultados.

Além de Portugal, participaram Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Lituânia, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Roménia, Suécia e Turquia.

A representatividade foi assegurada pelo método de quotas aplicado ao sexo, idade, região e categoria socioprofissional ou nível de rendimento do respondente.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE