A Liga de Amigos do Museu Nacional de Machado de Castro, confrontada com a notícia de que o tríptico do Mestre de Santa Clara, agora adquirido pela Direção-Geral do Património Cultural, vai – aliás à semelhança do que tem acontecido com as últimas aquisições dessa DGPC – enriquecer as coleções do Museu Nacional de Arte Antiga, escreveu ao Diretor Geral do Património Cultural para “exprimir a sua mais efetiva discordância em relação a mais esta atitude centralizadora”
Segundo a Liga, a Pintura “raríssima”, “muito interessante” e de grande “importância histórica”, o óleo sobre madeira Nossa Senhora com o Menino Jesus e dois anjos é um trabalho de finais do séc. XV, de uma oficina de Coimbra, pelo que faz todo o sentido, é mesmo da mais elementar justiça, a sua restituição à urbe onde foi executado, mais concretamente ao Museu Nacional de Machado de Castro, recentemente reabilitado (e distinguido com o Prix de Rome), e com uma nova museografia que lhe dará o melhor enquadramento.
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E que, importa não esquecer – a vinda daquele trabalho será, com certeza, um belo presente à cidade que o acolhe, tão pouco lembrada, reconheça-se, pelas instâncias culturais de âmbito nacional – celebrou recentemente o seu primeiro centenário.
Recusando acreditar na anunciada não devolução a Coimbra de uma obra afinal sua – de onde terá desaparecido na sequência da extinção das ordens religiosas – , a Liga de Amigos do MNMC, acrescenta estar certa de bem interpretar o sentir profundo da cidade, segura de assim defender, territorialmente descentralizada, a cultura portuguesa, assume o pedido de entrega do tríptico, em boa hora adquirido pelo Estado, ao Museu Nacional de Machado de Castro. Que, recorde-se, guarda, já, naturalmente, do mesmo autor, o políptico de Santa Clara-a-Velha. E onde a conservação e estudo da peça, sob a mesma tutela, estarão por igual assegurados.
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