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Portugal “precisa de ter programas de qualificação mais adequados” à agricultura
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende, em declarações à Lusa, que Portugal “precisa de ter programas de qualificação mais adequados ao setor” e que escasseiam cerca de “cinco milhares” de trabalhadores diferenciados nesta área.
“A ausência de políticas públicas consistentes e adequadas para o setor agrícola é notória”, afirma Eduardo Oliveira e Sousa, quando questionado sobre que medidas propõe a CAP para atrair recursos humanos que estejam fora de Portugal.
“Há muitos anos que o Estado português, com episódicas exceções, não encara o setor agrícola com a devida consideração, ignorando o seu enorme potencial na criação de riqueza e na geração de emprego” e “daqui decorre uma evidente escassez de mão de obra, com maior expressão no trabalho pouco qualificado, como por exemplo para tarefas indiferenciadas, como a colheita de frutos e hortícolas”, prossegue o presidente da CAP.
Aliás, “mesmo na atração de pessoas para estas atividades, que são essenciais para a produção, o próprio Estado deveria ter políticas estruturadas, como, entre outras matérias, no que respeita aos vistos, à circulação dos trabalhadores, seu alojamento e condições de vida”, sublinha.
No que diz respeito a algumas profissões qualificadas, como operadores de máquinas modernas, os novos tratores, máquinas de aplicação de fitofármacos, entre outros, “há um défice de pessoas, embora não sejam propriamente profissões que se possa procurar nos portugueses emigrados”.
Para Eduardo Oliveira e Sousa, “o país precisa de ter programas de qualificação mais adequados ao setor, com mira em nacionais residentes, ou em população migrante que possa ter perspetivas de médio e longo prazo” em Portugal.
Questionado sobre quantos trabalhadores estima que falte ao setor da agricultura em Portugal, o presidente da CAP refere que no que diz respeito a “trabalhadores indiferenciados, para a situação atual, a carência deverá situar-se na ordem dos cinco milhares de trabalhadores”.
Critica que “muitas vezes” o Estado “confunde trabalho sazonal com trabalho precário, querendo que a agricultura, que se rege pelo ciclo da natureza, se comporte como outros setores de atividade económica”.
Ora, “falta mão de obra em picos de colheita, sim, mas falta mão de obra todo o ano. O que se pode fazer para tornar a agricultura atrativa para a população portuguesa? É um diálogo que estamos disponíveis para aprofundar”, remata.
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