Economia

Interesse imobiliário na margem direita em Coimbra cresce mas há algum ceticismo

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 17-08-2022

O interesse imobiliário na margem direita do Mondego, em Coimbra, tem aumentado, mas ainda há algum ceticismo sobre o desenvolvimento da zona, com investidores à espera de avanços no metrobus e requalificação daquela área.

Em Coimbra, está em curso uma empreitada de requalificação da margem direita do Mondego, acompanhada agora de um estudo urbanístico para aquela zona, publicado este ano pela Câmara de Coimbra, que enquadra também o futuro fim da ligação ferroviária à Estação Nova e consequente linha do Sistema de Mobilidade do Mondego.

Naquela zona, com vários armazéns abandonados e prédios devolutos, começa a surgir, amiúde, algum investimento e interesse, na expectativa de toda a área se poder voltar para o rio, afirmaram à agência Lusa vários agentes imobiliários da cidade.

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No entanto, se alguns agentes imobiliários contactados pela agência Lusa acreditam que tem havido uma valorização e um aumento de interesse de toda a faixa urbana entre a Estação Nova e a ponte-açude, outros apontam para algum ceticismo por parte de investidores e particulares em adquirir imóveis ou apartamentos, face ao historial do projeto da Metro Mondego, um processo com um historial de mais de 20 anos de avanços e recuos.

A Cooperativa Agrícola de Coimbra, com uma sede com 6.300 metros quadrados de índice de construção bem próxima da Estação Nova, tem o edifício, terreno e armazéns à venda há dois anos, pedindo seis milhões de euros pelo espaço.

“Os interesses têm sido todos muito superficiais [quer de investidores nacionais, quer estrangeiros], sem nada de concreto. Acho que quando a obra [do Metro Mondego e da requalificação da margem direita] terminar, os interessados vão aparecer”, disse à agência Lusa o presidente da Cooperativa, Pedro Pimenta, realçando que a construção não serve os agricultores da região, que preferem estar “junto ao vale do Mondego”.

Para Pedro Pimenta, “há algum ceticismo” face a um projeto “que esteve muitos anos na gaveta”.

Porém, há alguns projetos que sinalizam já alguma movimentação na zona.

“Com as obras em curso de reforço dos muros da margem direita, o projeto do Sistema do Metro Mondego e a recente decisão da Câmara Municipal em transformar a zona ribeirinha num espaço de circulação eminentemente pedonal e de fruição urbana, é natural que fomente o interesse de potenciais investidores”, disse à agência Lusa a vereadora com o pelouro do urbanismo da Câmara de Coimbra, Ana Bastos, referindo que se tem registado um “aumento da manifestação de interesse neste espaço ribeirinho”.

De acordo com a vereadora Ana Bastos, há um projeto já em fase de construção de uma residência sénior na antiga fábrica da Ideal, e há outros três projetos em análise pelos serviços: dois projetos de habitação na zona da antiga fábrica da Triunfo (rua dos Oleiros) e um de instalação da sede da Critical Software no antigo edifício da Coimbra Editora.

“O objetivo será utilizar essas instalações, contudo, a Critical Software está ainda a avaliar qual a melhor forma de as utilizar no futuro, uma vez que nos últimos meses houve algumas mudanças nas práticas de trabalho”, afirmou a empresa à agência Lusa, numa resposta por escrito.

O chefe de uma das lojas da agência imobiliária Prabitar, Carlos Serra, acredita que não haverá “espaço ribeirinho que fique ali por ocupar”.

“É uma zona muito apetecível. O metro poderá ter algum impacto, mas o importante é abrir o rio à cidade”, realçou.

Já o agente imobiliário da Remax Daniel Escaroupa regista “movimentações de grandes ‘players’”, especialmente da hotelaria, restauração e alguns serviços, que procuram “posicionar-se naquela zona”.

“Andam à procura de terrenos e espaços para construir de raiz. Isso nota-se de há um ano para esta parte”, constatou.

Para o diretor de uma das agências da Century21, Filipe Branco, mais do que interesse, neste momento, nota-se “uma certa desconfiança e incerteza” quanto ao resultado final naquela zona.

“Infelizmente, na cidade de Coimbra, tem de ser ver para crer”, frisou.

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