Polícias
Unidades móveis de atendimento da PSP são uma estrutura falhada
O Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia considerou hoje que as unidades móveis de atendimento da PSP são uma estrutura falhada, que “não acompanha as reais necessidades de segurança” e “consome recursos humanos de uma forma desmesurada e desnecessária”.
“É uma estrutura que já não é funcional, doente e claramente consome recursos e não aproveita aquilo que é a capacidade de resposta da polícia e dos seus polícias”, disse à agência Lusa o vice-presidente do sindicato que representa a maioria dos comandantes e dos diretores da Polícia de Segurança Pública.
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Bruno Pereira reagia ao anúncio feito esta semana pelo ministro da Administração Interna da criação de unidades móveis de atendimento.
A direção nacional da PSP indicou hoje que vão ser apresentadas, na quinta-feira às 18:00, simultaneamente em Lisboa e no Porto, as unidades móveis de atendimento, que esta força de segurança classifica como “novos meios de promoção da proximidade com o cidadão, facilitando o contacto direto da população” com a polícia.
“Esta medida passa por rever e reformar uma estrutura falhada. Esta estrutura que aos dias de hoje não acompanha aquilo que são as reais necessidades de segurança e que consome recurso de uma forma desmesurada e desnecessária”, precisou o vice-presidente do sindicato que representa os oficiais da PSP, considerando que “não resolve o problema” da falta de agentes na rua, mas vai “agudizar ainda mais a dificuldade de gestão e projeção de recursos”.
Bruno Pereira observou que este modelo não é novo e já tinha sido utilizado como experiência piloto que “a PSP abandonou por considerar que era uma opção que não ia ao encontro das melhores opções de metodologia de policiamento”.
Esclareceu também que as unidades móveis geralmente são utilizadas quando existem eventos com uma grande concentração de pessoas e há necessidade de sinalizar uma estrutura policial para prestar apoio às pessoas em caso de necessidade.
“Deslocar uma unidade móvel tendo por base a visibilidade é exatamente a mesma coisa que ter uma esquadra, a única diferença é que a conseguimos movimentar, mas não é a estrutura que projeta segurança, são os polícias e as equipas que a integram”, disse.
De acordo com o sindicato, estas unidades móveis “vão obrigar a alocar mais agentes”, sendo a única novidade a modalidade de atendimento, o que é “redundante porque as esquadras já são mais do que suficientes”.
Bruno Pereira sustentou que aquilo que é necessário é “mais polícias para assegurar o policiamento de forma preventiva e ter uma capacidade ampliada de resposta repressiva”.
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