Coimbra
Conimbricense propõe à Comissão Europeia criação do Dia Europeu “Whatever it Takes”
O português e conimbricense Rui Duarte é um dos sete cidadãos que propuseram à Comissão Europeia institucionalizar o Dia Europeu “Whatever it Takes” para encorajar as instituições europeias a enfrentarem “com firmeza os tempos turbulentos que se avizinham”.
Um grupo de sete cidadãos europeus apresentou à Comissão Europeia uma Iniciativa de Cidadania Europeia para a institucionalização do Dia Europeu “Whatever it Takes”, celebrando a frase com que, em 26 de julho de 2012, o então presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, pôs fim à crise das dívidas soberanas: “O BCE está pronto para fazer o que for necessário para preservar o euro”.
Naquela data, quando as elevadas taxas de juro dos mercados da dívida ameaçavam vários países europeus e perturbavam a integridade da União Económica e Monetária, Mario Draghi acrescentou: “Whatever it takes” (custe o que custar, na tradução em português).
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O momento “Whatever it Takes” ou “Momento WiT”, foi o ponto de viragem para as economias europeias em maiores dificuldades e, a partir dessa altura, para a recuperação macroeconómica da União Europeia.
“A frase de Mario Draghi, o ‘Momento WiT’, representou em 2012 uma mudança histórica no rumo da crise das dívidas soberanas, momento esse que salvou o euro e mudou o BCE para melhor”, lembrou Rui Duarte, o português natural de Coimbra, que é o primeiro subscritor da Iniciativa de Cidadania Europeia que foi entregue em Bruxelas, na semana passada.
Segundo o subscritor, o ‘Manifesto WiT’ é “um apelo público para a institucionalização do ‘Dia Europeu Whatever it Takes’, o ‘Dia WiT’, em 26 de julho, com o objetivo de marcar na história da Europa este momento de resiliência funcional e capacidade de resposta coletiva das instituições europeias”.
“Dez anos após as ‘três palavras mágicas’ de Draghi que mudaram o curso de uma crise que deixou a zona euro à beira do colapso, a Europa navega hoje, uma vez mais, por águas desconhecidas que exigem uma extraordinária capacidade de ação coletiva”, afirmou Rui Duarte.
A proposta de celebrar um Dia Europeu “Whatever it Takes” é “um ato simbólico de europeísmo e uma alavanca para encorajar as instituições públicas europeias a enfrentarem com firmeza os tempos turbulentos que se avizinham, caracterizados pela guerra, pela inflação, pela crise climática e elevada incerteza económica”.
Este ano, a celebração da data ainda não será institucional, uma vez que a iniciativa apresentada em Bruxelas pretende que “ela possa ser institucional”.
“Esta iniciativa nossa visa dar força formal, dar força de lei, de jurisdição europeia, para que o dia possa ser assinalado formal e solenemente”, disse Rui Duarte à agência Lusa.
O primeiro subscritor do manifesto adiantou que o processo começou no assinalar dos dez anos da afirmação de Mario Draghi, num momento “em que a Europa se depara com um cenário de múltiplas crises e desafios”.
“Nós achamos que a União Europeia deve dar força solene e oficial a este dia, para poder inspirar futuras realizações institucionais”, disse.
Rui Duarte, que vive na Suíça, onde é gestor de comunicação corporativa numa multinacional, acredita que a proposta será bem acolhida: “Não vejo por que não. Até pelo contrário. Eu penso que, nos dias de hoje, em tempos de euroceticismo, em tempos de extremismos, em tempos de polarização, eu não vejo por que razão as instituições não acatariam uma iniciativa pró União Europeia, uma iniciativa para mobilizar vozes em trono das instituições, que é isso que nós pretendemos”.
Os subscritores da iniciativa de cidadania apresentada à Comissão Europeia são cidadãos unidos pelo europeísmo de sete nacionalidades: Áustria, Roménia, Espanha, Chéquia, Itália, Bélgica e Portugal.
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