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Espanha regista a segunda morte causada pelos fogos
Um pastor de ovelhas morreu num incêndio em Zamora, no noroeste de Espanha, anunciaram hoje as autoridades locais, a segunda morte devido aos fogos, após um bombeiro que morreu no domingo na mesma região do país.
O corpo de “um homem de 69 anos foi encontrado hoje a cerca de quatro quilómetros a oeste de Escober de Tábara”, na província de Zamora, “numa zona florestal queimada por um incêndio que deflagrou em Losacio”, anunciou o governo regional de Castela e Leão num comunicado de imprensa, sem fornecer mais detalhes.
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Um bombeiro já havia morrido na noite de domingo enquanto combatia o incêndio, segundo as autoridades espanholas. Outros dois bombeiros sofreram queimaduras leves.
A localidade onde morreu o pastor, segundo os serviços de emergência, tinha sido evacuada como uma dezena de outras, por causa deste incêndio que deflagrou no final da tarde de domingo e cuja origem permanece desconhecida.
Além disso, fontes municipais indicaram que outro pastor de Sesnández de Tábara (Zamora) teve de ser assistido após inalar fumo ao retirar o seu gado para longe do fogo, ajudado por uma patrulha da Guardia Civil.
O incêndio obrigou ao corte do comboio de alta velocidade (AVE) Madrid-Galiza entre Zamora e Puebla de Sanabria e a estrada nacional 631, bem como outras estradas secundárias da zona, além de obrigar à evacuação de catorze localidades. No total, várias centenas de moradores tiveram que deixar as suas casas.
A Espanha está a enfrentar há mais de uma semana uma onda de calor extrema que causou vários incêndios que devastaram dezenas de milhares de hectares em todo o país.
“As alterações climáticas matam pessoas (…), mas também o nosso ecossistema, a nossa biodiversidade”, reagiu hoje o primeiro-ministro Pedro Sánchez, durante uma visita à Extremadura, região do oeste do país particularmente afetada pelos incêndios.
“Desde o início do ano, 70.000 hectares (de floresta) foram destruídos por incêndios (…), isto é quase o dobro da média da última década”, acrescentou Sánchez.
A Sierra de la Culebra, onde deflagrou o incêndio de Losacio, já havia sido devastada em junho, durante uma onda de calor anterior, por um incêndio que destruiu quase 30.000 hectares de floresta.
Em número de hectares, este incêndio foi o maior em Espanha desde 2004, segundo o World Wide Fund for Nature (WWF), uma organização não-governamental de defesa do meio ambiente.
Hoje, quase toda a Espanha permanece em alerta de incêndio de “risco extremo”, o nível mais alto.
A agência estatal de meteorologia espanhola (Aemet) declarou hoje que será o “último dia desta onda de calor”, já que a massa de ar quente está a deslocar-se para o norte da península.
É nesta zona que se vão registar hoje as temperaturas mais elevadas: até 42º esperados no País Basco e Navarra, na fronteira francesa. Em Madrid, a temperatura cairá muito ligeiramente para os 39º. A partir de quarta-feira, os termómetros devem subir, prevê a Aemet.
Além das mortes causadas pelos incêndios, o calor também fez outras vítimas no país. Um homem de 50 anos morreu no domingo em Torrejon de Ardoz, perto de Madrid, enquanto no sábado, um trabalhador rodoviário de 60 anos morreu em Madrid, também vítima do calor execessivo.
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