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Óbito de Eduardo dos Santos: Luto nacional obriga a adiamento de Feira Internacional de Luanda
O luto nacional de sete dias para homenagear o ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos obrigou ao cancelamento e adiamento de vários eventos, entre os quais a Feira Internacional de Luanda (Filda), o maior certame do género.
Numa nota a que a Lusa teve acesso, a Filda, cujo início estava marcado para terça-feira e onde iriam participar mais de 600 expositores, informou que a pré-abertura, que estava marcada para hoje, foi adiada para 15 de julho, o que significa que o evento vai começar no próximo sábado e estender-se até 20 de julho.
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No domingo, embora já se especulasse sobre o adiamento do certame, a Eventos Arena, que co-organiza a Filda juntamente com o Ministério da Economia e Planeamento (MEP), informava nas suas redes sociais que a 37.ª edição da feira decorreria entre 12 e 16 de julho.
Só hoje, na véspera da abertura, a organização divulgou na rede social Instagram que os prazos de montagem foram alargados até 14 de julho, prometendo “mais informações nos próximos dias”, enquanto na página do evento, pelas 19:00, se mantinha a indicação das datas anteriores (12 a 16 de julho).
Contactado pela Lusa, o MEP também não confirmou oficialmente as novas datas, embora as empresas participantes já tenham sido avisadas.
Portugal vai estar presente na Filda com 25 empresas, das quais 14 integram uma missão da Associação Empresarial de Portugal (AEP), atuando em áreas distintas como indústria alimentar, construção, extrativa, engenharia e tecnologias de informação, entre outras.
Fonte ligada à AEP indicou que, devido ao adiamento, foi dada a oportunidade aos expositores para reagendarem as viagens para não prejudicarem as suas agendas, mas não houve qualquer desistência.
Também devido à morte de José Eduardo dos Santos, a Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) adiou o encontro de empresários que tinha previsto organizar hoje em Luanda, para falar sobre o novo momento da economia angolana e destacar o papel que as empresas portuguesas podem desempenhar no curto e médio prazo em Angola, evento que deverá acontecer agora em setembro.
A Filda deve contar com 630 expositores, diretos e indiretos, de 15 países: Angola (país anfitrião), Portugal, Alemanha, África do Sul, Namíbia, São Tomé e Príncipe, Japão, China, Reino Unido, Itália, Brasil, República Democrática do Congo, Polónia, Turquia e Estados Unidos da América.
Festivais, feiras e espetáculos musicais, bem como eventos políticos, desportivos e culturais têm sido cancelados em todo o país devido ao luto nacional de sete dias, decretado em Angola.
Nas instituições públicas, as bandeiras estão içadas a meia haste, segundo o protocolo definido.
O governo já declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder.
Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência, em relação a Portugal, em 1975.
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