Tribunais
Relação anula parcialmente acórdão pela morte do adepto de Sporting
O Tribunal da Relação de Lisboa anulou parcialmente o acórdão do processo da morte do adepto do Sporting Marco Ficini, atropelado junto ao Estádio da Luz, ordenando a reformulação da decisão de primeira instância, por falta de fundamentação.
“Não conclui o Tribunal recorrido de forma clara quanto ao nexo de causalidade entre a condução nas circunstâncias dadas como provadas e o embate no corpo da vítima, não esclarece se conclui que este arguido, ao conduzir nas circunstâncias dadas como provadas, previu ou não o resultado e, na afirmativa, se com o mesmo se conformou ou não”, lê-se no acórdão da Relação de Lisboa, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Em 30 de outubro de 2020, Luís Pina foi condenado pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa a quatro anos de prisão, por homicídio por negligência grosseira, na sequência do atropelamento mortal do italiano Marco Ficini, junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, em 22 de abril de 2017.
Luís Pina, ligado à claque benfiquista No Name Boys, foi acusado pelo Ministério Público (MP) do homicídio de Ficini e de outros quatro homicídios na forma tentada – dos quais acabou por ser absolvido -, enquanto os restantes 21 arguidos no processo (com ligações aos No Name Boys ou à claque sportinguista Juventude Leonina) foram acusados de participação em rixa, dano com violência e omissão de auxílio.
Os factos remontavam à madrugada de 22 de abril de 2017, quando Ficini, que pertencia à claque do clube italiano Fiorentina ‘O Club Settebello’ e era adepto do Sporting, morreu após um atropelamento e fuga junto ao Estádio da Luz, horas antes de um jogo entre as equipas de futebol de Sporting e Benfica.
Durante os confrontos e perseguições entre adeptos do Sporting e do Benfica, Luís Pina atropelou mortalmente Ficini, “arrastando o corpo por 15 metros”, imobilizando o carro só “depois de ter passado completamente por cima do corpo da vítima”, descreve a acusação, acrescentando que o arguido abandonou o local “sem prestar qualquer auxílio”.
O Ministério Público acusou, em outubro de 2017, 22 arguidos (10 adeptos do Benfica com ligações aos ‘No Name Boys’ e 12 adeptos do Sporting da claque Juventude Leonina) pelo atropelamento mortal de Ficini, mas acabou por pedir a absolvição dos 21 arguidos que estavam acusados por omissão de auxílio e participação em rixa e dano grave.
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