Política
PSD acusa Governo de “assobiar para o ar” face a “inflação galopante”
O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro acusou hoje o Governo de “assobiar para o ar” e de “insensibilidade social” face à “inflação galopante”, defendendo a necessidade de um “programa de emergência social”.
Discursando na sede da União Geral de Trabalhadores (UGT), em Lisboa, no âmbito do Conselho Nacional dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD), Luís Montenegro começou por fazer um balanço dos últimos seis anos de governação liderada pelo primeiro-ministro, António Costa.
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“Seis anos depois, o que é que ele tem para dar ao país? Não temos bancarrota, é verdade. Um pântano, já é assim um bocadinho mais duvidoso, porque vamos tendo aqui algumas situações pantanosas. Agora, já sabemos que temos a maior carga fiscal de sempre: nunca os portugueses pagaram tantos impostos como pagam hoje”, frisou.
O antigo líder da bancada parlamentar do PSD sustentou que o tema da carga fiscal é “muito, muito, muito atual” porque, apesar de os portugueses darem ao Estado “a maior parte” dos seus recursos, os serviços públicos “sofreram o maior desinvestimento desde o 25 de abril”, e porque se vive “um drama que, quem defende os trabalhadores (…) não pode ignorar”.
“Nós temos um processo inflacionista galopante que não começou agora, já começou em agosto do ano passado. É um processo que já se tinha iniciado (…) mas que se está a avolumar, e o Governo está a assobiar para o ar, o Governo não está a ter sensibilidade social para olhar para este drama que vai chegar à vida quotidiana, que já está a chegar à vida quotidiana dos portugueses”, frisou.
Apelando a que tanto o PSD como os TSD estejam “na linha da frente da denúncia” e “da exigência de respostas ao Governo” face à subida dos preços, Montenegro sublinhou que, apesar de o Governo estimar uma taxa de inflação de 4% para 2022, esse valor “não tem a mesma repercussão consoante os setores e os bens” abordados.
Acrescentando à inflação “os efeitos que vêm aí a caminho com o aumento das taxas de juro nos empréstimos à habitação e nas prestações sociais”, Montenegro defendeu que o país está “perante uma crise social iminente”.
“Há muitas famílias que não vão ter rendimentos para pagar as despesas básicas do dia a dia, há muitas famílias que trabalham que vão ter dificuldade em poder suprir as despesas que estão indexadas àquilo que é o seu quotidiano”, perspetivou.
Montenegro sustentou que o executivo tem de “antecipar o problema agora”, para “amenizar um pouco o sofrimento” que as pessoas irão atravessar.
O candidato à liderança do PSD sublinhou que é “prioritário que haja um programa de emergência social, que reforce o apoio às famílias mais carenciadas e aos trabalhadores cujo rendimento não vai chegar para pagar as despesas do dia a dia”.
“Eu considero que o não haver hoje um desenho de um programa de emergência social e nacional a propósito dos reflexos da inflação (…) é a demonstração mais cabal da insensibilidade social do PS e do primeiro-ministro, António Costa”, criticou.
Reforçando as críticas ao primeiro-ministro, Luís Montenegro disse não saber se Costa anda “deslumbrado com as reuniões do Conselho Europeu, com as reuniões com os seus homólogos da Europa” ou “se anda distraído com questões e asneiras” como a “lei dos metadados, da incapacidade que teve de resolver – como era a sua obrigação e como era seu conhecimento – a tempo e horas esse problema”.
“Ele deve andar muito distraído para não olhar para a realidade e o Governo não tem sensibilidade social para ver que a realidade do país exige uma atuação já, imediata”, reiterou.
Pouco depois de Montenegro ter discursado, o adversário de Luís Montenegro nestas diretas, Jorge Moreira da Silva, subiu ao palco para também se dirigir aos TSD.
As eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se em 28 de maio e são candidatos anunciados à sucessão de Rui Rio o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva.
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