Desporto
Sócios e simpatizantes temem pelo futuro da Académica na despedida da II Liga
Cerca de meio milhar de pessoas assistiu hoje ao último jogo da época da Académica na II Liga de futebol, naquela que foi a pior assistência de toda a temporada do clube que desceu à Liga 3.
Uma hora antes do início da partida da 34.ª jornada e última jornada, com o Farense, no Estádio Cidade de Coimbra, que terminou empatado sem golos, o ambiente era muito calmo, mas os sócios e adeptos da ‘briosa’ manifestaram à agência Lusa receio quanto ao futuro.
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“Não antevejo um bom futuro. Ou as coisas mudam totalmente ou o futuro vai continuar a ser igual ao presente”, disse o sócio Nuno Coelho, de Coimbra, que assistiu ao último encontro da temporada acompanhado da esposa e dos filhos Beatriz e Afonso, atleta dos sub-15.
Para o antigo futebolista, de 45 anos, que chegou a jogar nos ‘estudantes’, “é muito doloroso ver um clube com esta história descer à Liga 3, que não é o lugar dele”.
Também Pedro Sequeira, adepto dos ‘capas negras’, de 38 anos, considera que “enquanto a Académica não sofrer uma reestruturação grande não sobe de divisão”.
Segundo o simpatizante, de Cantanhede, que costuma assistir a vários jogos em Coimbra, o descalabro da atual época deveu-se à falta de confiança da equipa, “que nunca se conseguiu levantar dos maus resultados”.
“A atual situação atesta o desfasamento entre academia e cidade, que está morta, sem garra, sem fibra e espírito académico”, salientou à agência Lusa Rui Estrela, sócio há mais de 40 anos.
A inédita descida de divisão “é uma coisa horrível, surrealista, que nunca me passou pela cabeça”, sublinhou.
“Vejo o futuro com imensa preocupação por causa da situação financeira e do afastamento da cidade, e também porque os estudantes já não sentem a ‘briosa’ como sentiam”, enfatizou.
Para a sócia Ana Castro, de 37 anos, o fim desta época deve ser encarado “como uma oportunidade de reestruturação, sem dramas, e da cidade se unir à Académica”.
“É uma boa oportunidade para começar praticamente do zero, sem culpabilizar ninguém, porque se a direção tem muitas culpas, a cidade também tem”, referiu.
A ‘briosa’ terminou o campeonato da II Liga de futebol na última posição, com 17 pontos, fruto de três vitórias, oito empates e 23 derrotas.
A Académica, um dos históricos clubes nacionais, vice-campeã nacional em 1966/67, e detentora de duas Taças de Portugal, conquistadas em 1939 e 2012, jogará assim na Liga 3, o terceiro escalão, em 2022/23, depois de 88 épocas consecutivas, desde 1934/35, entre o primeiro e segundo escalões do futebol luso, num trajeto que até hoje contava com sete descidas e 24 presenças na divisão secundária.
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