Crimes

Mulher acusada do homicídio do marido alegou legítima defesa

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 10-05-2022

A mulher suspeita de ter matado à facada o marido em agosto de 2021 disse hoje no Tribunal de Aveiro ter agido em legítima defesa, alegando que o que aconteceu foi “um ato de sobrevivência”.

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Perante o coletivo de juízes, a arguida, de 57 anos, relatou os factos ocorridos na residência do casal de uma forma calma e sem qualquer emoção, afirmando que foi o marido que começou com as agressões, por não aceitar a ideia de que ela pudesse pedir o divórcio.

“Ele disse que me tirava a vida, que se não fosse dele não era de mais ninguém e começou a espetar-me com uma faca”, contou a arguida, que falava na primeira sessão do julgamento em que responde por um crime de homicídio qualificado.

A mulher, que se encontra em prisão preventiva, afirmou que agarrou num ancinho e começou a lutar com o marido, tendo perdido a noção do que estava a fazer.

“Não sei como é que consegui fazer aquilo (…) Foi um ato de sobrevivência”, exclamou, negando ser uma pessoa violenta.

Após as agressões, a arguida contou que o companheiro disse que ia à casa de banho e caiu no chão, não se tendo apercebido que ele estava inanimado, e explicou que não pediu socorro porque pensava que ele “estava a fazer fitas”.

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“Na minha cabeça ele estava vivo”, referiu a arguida, afirmando que o chamou várias vezes para ir para a cama.

Já de manhã, a arguida referiu que saiu à rua para comprar cigarros e regressou a casa, tendo chamado o marido para comer qualquer coisa, e só perto da hora do almoço é que teve a noção de que ele estava morto, tendo enviado uma mensagem à irmã a contar o sucedido.

O crime ocorreu na noite de 04 de agosto de 2021, na residência do casal na rua Cândido dos Reis, no centro da cidade de Aveiro.

A acusação do Ministério Público (MP) refere que a arguida e a vítima mantinham, desde o início da relação em julho de 2019, conflitos no seio do casal, existindo uma queixa pelo crime de violência doméstica contra o elemento masculino que não chegou a ter julgamento.

De acordo com a investigação, a mulher desferiu uma pancada na cabeça da vítima com um ancinho, logo após muniu-se de uma faca e, já no quarto, desferiu vários golpes na zona da garganta da vítima.

O MP refere ainda que quando a vítima estava inanimada, caída no chão do corredor, para onde fugiu na tentativa de sair de casa, a arguida desferiu-lhe diversas facadas na zona do tórax, tendo-lhe provocado, no total, 85 ferimentos.

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