Tribunais

Homem condenado a 14 anos de prisão por homicídio “perverso”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 21-04-2022

O Tribunal de Aveiro condenou hoje a 14 anos de prisão um homem acusado de ter matado há um ano um jovem com dificuldades cognitivas, atirando-o para um poço agrícola em Estarreja.

O arguido, de 36 anos, estava acusado de um crime de homicídio qualificado, mas foi condenado por homicídio simples, por não se ter provado que o crime ocorreu com especial censurabilidade ou perversidade.

PUBLICIDADE

publicidade

O coletivo de juízes condenou o arguido nas penas parcelares de 13 anos, por um crime de homicídio, e dois anos, por um crime de furto qualificado, tendo-lhe sido aplicada uma pena única de 14 anos em cúmulo jurídico.

Além da pena de prisão, o arguido, que vai manter-se em prisão preventiva até se esgotarem todas as possibilidades de recurso, foi ainda condenado a pagar uma indemnização de 125 mil euros ao pai da vítima mortal.

A juíza presidente disse que, durante o julgamento, o arguido reconheceu ter-se encontrado com a vítima, mas quanto aos factos que ocorreram junto ao poço apresentou uma versão “distinta” da que consta da acusação e da que o próprio apresentou no primeiro interrogatório judicial.

A magistrada assinalou ainda que as versões do arguido apresentam “grandes falhas e incongruências”.

Os factos remontam à noite de 06 de abril de 2021, quando o arguido e a vítima, que se conheceram através da rede social Facebook, se encontraram na Ribeira do Mourão, em Estarreja, no distrito de Aveiro, tendo-se deslocado em seguida, cada um na sua bicicleta, para o centro da localidade de Pardilhó, para tomar café.

PUBLICIDADE

publicidade

Os factos dados como provados referem que no decurso do trajeto, por razões não concretamente apuradas, os dois pararam numa zona escura e desabitada junto a um poço e, também por razões não concretamente apuradas, desentenderam-se, envolvendo-se em confronto físico.

Nessas circunstâncias, o arguido atingiu a vítima na face, pescoço e tórax e, em ato contínuo, projetou-a para o interior do poço, tendo esta acabado por morrer por afogamento.

Após esta conduta e bem sabendo que o amigo não tinha hipóteses de sobreviver, face às lesões que provocou e às características do poço que o impossibilitavam de sair pelos seus meios, o arguido abandonou o local e levou consigo a bicicleta e o telemóvel da vítima.

O jovem veio a ser encontrado sem vida no dia 10 de abril, tendo sido o próprio arguido a indicar o local à polícia, depois de ter confessado o crime a uns amigos.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE