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Projeto da Universidade de Coimbra inspira documentário sobre acolhimento e integração de refugiados
O corpo deles está cá, em Portugal, mas o coração continua lá, na terra que foram forçados a abandonar: a dura história de um conjunto de pessoas com estatuto de refugiados é o tema do documentário My heart is there, my body is here (“O meu coração está lá, o meu corpo está aqui”, numa tradução livre), realizado na sequência do projeto TEACHmi do Observatório da Cidadania e Intervenção Social (OCIS) da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC).
O filme – uma coprodução da UC e da cooperativa Propella, rodada em Coimbra, com realização de Pedro Cruz e João Doce – terá a sua antestreia no dia 22, no Festival Política, no Cinema São Jorge, em Lisboa.
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Selecionado para o Festival Política, o documentário – que será exibido na Sessão Refugiados, às 18h30 de dia 22, na Sala 3 do Cinema São Jorge – está a concorrer para o Prémio do Público e Prémio Filme do Ano deste festival de cinema. Após esta exibição, o filme será disponibilizado de forma livre e gratuita nos endereços www.propella.pt e https://www.teachmi.eu, no dia 26 de abril.
Em foco, em My heart is there, my body is here, estão as histórias – passado, presente e futuro – das pessoas com estatuto de refugiado, que muitas vezes não chegam ao conhecimento do resto da sociedade. Os protagonistas do documentário estiveram envolvidos no projeto europeu TEACHmi, que foi desenvolvido por um consórcio integrado pela FPCEUC e que teve como objetivo fornecer ferramentas, materiais didáticos e orientações eficazes para a facilitar a integração de alunos de origem migrante nas escolas, tornando o ambiente escolar mais inclusivo.
“O Projeto TEACHmi, no quadro da nova agenda 2030, surgiu pela constatação de um problema global que necessitava de ações locais desenvolvidas por diferentes países. A sua conceção foi pensada dentro da Ação Chave 3 – Apoio à Reforma das Políticas, do programa europeu Erasmus+, cujas recomendações se baseiam na necessidade de implementar medidas de inclusão educativa dos jovens migrantes e refugiados. A educação é, neste contexto, assumida como um instrumento de integração social”, explica Clara Cruz Santos, investigadora do OCIS/FPCEUC e coordenadora da equipa portuguesa do projeto TEACHmi (também integrado pelas investigadoras Ana Cristina Almeida, Ana Paula Couceiro, Helena Reis Amaro da Luz e Vanessa Nunes).
“O documentário apresenta os rostos e as vozes mais importantes destes projetos. Rostos e vozes que normalmente não são vistos nem escutados na intervenção social e científica. Humanizam os números e os conceitos teóricos em jovens reais que estão mesmo aqui, ao nosso lado, em Coimbra. A humanização da ciência é fundamental e o recurso ao documentário possui uma força inequívoca“ acrescenta Clara Cruz Santos, também docente da FPCEUC.
“O filme vive sobretudo da extrema generosidade destas pessoas, que aceitaram contar as suas histórias, dando assim tridimensionalidade e voz a um tema que nunca desapareceu, mas passa por vagas de mediatismo, como estamos novamente a testemunhar em 2022”, referem João Doce (interventor social e músico) e de Pedro Cruz (cineasta e psicólogo), ambos fundadores da Cooperativa Propella, que coproduziu o documentário com a Universidade de Coimbra.
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