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Países lusófonos pedem investimento chinês na recuperação económica pós-covid

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 10-04-2022

Os países lusófonos pediram hoje investimento chinês no âmbito da recuperação económica pós-covid-19, numa reunião extraordinária ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia da Silva, sustentou que, “num momento de contração económica mundial”, o “maior desafio” passa “por vencer a pandemia” e que os esforços conjuntos, no âmbito do Fórum de Macau, podem ser “uma oportunidade para atrair investimento privado”, nomeadamente na construção civil, com expressão nos números do emprego.

Nuno Gomes Nabiam, chefe do Governo guineense, aproveitou para convidar os investidores a visitarem o país, agora que se “retoma agenda económica e diplomática, após anos de estagnação e letargia”, apelando ao apoio da China no “desenvolvimento de tecnologias produtivas”, palavras secundadas pelo primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, que manifestou a vontade de reforço da união e dos mecanismos de cooperação dos países representados no Fórum Macau.

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O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, sublinhou a importância do apoio, “desde logo de índole financeira”, na definição dos “eixos centrais” de atuação futura do Fórum de Macau”.

O líder do Governo timorense, Taur Matan Ruak, frisou os “efeitos devastadores da pandemia”, mas expressou a convicção de que a “ajuda chinesa” e o compromisso do país “em explorar oportunidades” no projeto de Pequim de criar a região da Grande Baía podem ser uma resposta ao contexto económico internacional.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), com cerca de 70 milhões de habitantes e um PIB de cerca de 1,2 biliões de euros, semelhante ao da Austrália, da Indonésia e do México, países que integram o G20.

O Brasil, pela voz do vice-presidente, Hamilton Mourão, preferiu destacar “o potencial económico” dos países de língua portuguesa, “inseridos em distintos blocos comerciais”, com milhões de consumidores, países costeiros, “de recursos marítimos e minerais”, sendo necessário continuar a impulsionar o intercâmbio comercial e o fluxo de investimentos.

Já o ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, Manuel Nunes Júnior, lembrou a importância do investimento chinês num país que está “a realizar importantes reformas democráticas e do Estado de Direito” e a desenvolver medidas económicas que passam, por exemplo, “por diminuir a dependências do petróleo”.

No final dos discursos dos representantes dos países lusófonos, por mensagens de vídeo, o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, em videochamada, manifestou a convicção de que os países que integram o Fórum de Macau “vão escrever uma nova página na História”.

O chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, da mesma forma, argumentou que, após a reunião ministerial, estão criadas as condições para se fortalecer “a promoção da cooperação entre a China e os países de língua portuguesa na área da saúde, para a promoção conjunta da recuperação económica e para a elevação da coesão e da influência do Fórum de Macau”.

No final, os representantes dos países no Fórum de Macau aprovaram duas resoluções conjuntas: uma em que se aponta para o reforço da cooperação e outra que aprova a entrada da Guiné Equatorial como membro, país que faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde 2014.

Em 2003, a China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa e criou o Fórum de Macau.

O secretariado permanente do Fórum integra, além de um secretário-geral e de três secretários-gerais adjuntos, os delegados dos países.

Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.

Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para junho de 2020, devido às eleições para o parlamento de Macau, mas não se realizou devido à pandemia de covid-19.

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