Governo

Ministro da Economia diz que Estado tem de “dar o exemplo” nas florestas

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 18-03-2022

O ministro de Estado e da Economia disse hoje ser “preciso que o Estado comece por dar o exemplo” na preservação das matas, justificando o Plano de Investimentos para os Territórios Florestais sob Gestão do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

Na Marinha Grande, onde visitou o trabalho de regeneração da Mata Nacional de Leiria, Pedro Siza Vieira lembrou que, apesar de “Portugal ser provavelmente o país europeu em que menor percentagem de território florestal é de propriedade pública” – o que “dificulta a gestão” -, tem “o dever de cuidar bem do território florestal e de pastagem”.

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“E por isso foi tão traumatizante o incêndio que destruiu o Pinhal do Rei [Mata Nacional de Leiria] em 2017, que está confiado ao Estado”, acrescentou.

O governante considerou que, “muito justamente”, há da parte da população “expectativa e ansiedade” relativamente “à forma como iríamos ser capazes de recuperar e investir nos territórios sob gestão pública”. 

Nesse quadro da intervenção do Governo nas florestas, o secretário de Estado Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Catarino, apresentou na Marinha Grande 49 projetos no valor de 12,5 milhões de euros para florestas geridas pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), no âmbito do plano desenhado até 2025.

Para a Mata Nacional de Leiria, ou Pinhal de Leiria, estão previstos três projetos, num total de 5.412 hectares, no valor de 3.242 milhões de euros, que se somam às intervenções em curso.

O plano é repartido pela região Norte, com 18 projetos, que abrangem 2,221 hectares, e um investimento e 1.874 milhões de euros; pelo Centro, com 22 projetos, que vão afetar 14,163 hectares, num total de 9,278 milhões de euros; e pela região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, que vão receber nove projetos, no valor de 1.341 milhões de euros, para 2.336 hectares.

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O Plano de Investimentos para os Territórios Florestais sob Gestão do ICNF vai estender-se a 13 matas nacionais e 30 perímetros florestais, como baldios e autarquias, e vai intervir na arborização de áreas de matos, recuperação de áreas ardidas, melhoria da resiliência e valor ambiental das florestas, recuperação de infraestruturas e equipamentos, reabilitação de espaços de recreio e lazer e ações de divulgação.

Hoje, na visita ao terreno para acompanhar a evolução dos trabalhos de regeneração na Mata Nacional de Leiria, o presidente do ICNF, Nuno Banza, avançou que, para esse fim, “entre o que já foi investido e o que está contratualizado até 2025, andaremos à volta dos 10 a 12 milhões de euros”.

O responsável do ICNF prometeu que “todas as árvores que forem plantadas e não vingarem, serão substituídas por outras”, até “garantir a densidade necessária para formar o pinhal”.

“Faremos o acompanhamento até chegarmos daqui a 70 ou 80 anos e voltarmos a ter um pinhal de Leiria mais resiliente, com ainda melhores condições para fazer face às ameaças e que reporá aquilo que é a memória de muitos”.

Defendendo a relevância dos investimentos na floresta no contexto da “construção de uma economia de uma sociedade que seja neutra do ponto de vista das emissões de gases de efeito de estufa”, o ministro Siza Vieira avisou para a obrigatoriedade de Portugal “aumentar a capacidade do solo, a capacidade da vegetação, da nossa floresta absorver CO2” para conseguir a neutralidade de emissões em 2050.

“Isso implica aumentar a floresta que temos, implica cuidar melhor dela, termos de a encarar não apenas como recurso económico, mas também como algo que está ao serviço do planeta, da biodiversidade, da nossa população”, frisou Pedro Siza Vieira.

Apelando ao setor privado para se juntar nesse esforço, lembrou o compromisso para o “investimento público significativo”, que compreende, no Plano de Recuperação e Resiliência, “cerca de 600 milhões de euros para cuidar melhor da nossa floresta e para assegurar, entre outras coisas, sermos capazes de ter um novo modelo de remuneração de serviços de ecossistemas pelos nossos territórios do Estado”.

 

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