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Projeto da Universidade de Coimbra vai cartografar obras de Voltaire em Portugal

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 28-02-2022

Uma equipa da Universidade de Coimbra lidera um projeto que visa cartografar todas as traduções portuguesas da obra do escritor e filósofo Voltaire, desde o final do século XVIII até à contemporaneidade, avança aquela instituição.

Numa nota de imprensa, a Universidade de Coimbra refere que este projeto irá lançar bases para a criação de uma rede internacional de estudos da cartografia “de um dos maiores símbolos do iluminismo francês”.

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Coordenado pela catedrática Marta Teixeira Anacleto, do Centro de Literatura Portuguesa (CLP) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), o projeto “Cartografar Voltaire em Portugal e na Literatura Portuguesa” adota uma metodologia inovadora de investigação, no domínio das cartografias literárias/culturais e reúne duas dezenas de investigadores de várias universidades do país, incluindo Madeira e Açores, e também um conservador do museu Voltaire da Biblioteca de Genebra, na Suíça.

Participam neste trabalho um grupo de conselheiros científicos constituído por especialistas das universidades de Paris-Sorbonne e de Rouen, em França, e da Fundação Voltaire da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

“Há inúmeras traduções portuguesas da obra de Voltaire – ficção narrativa e dramática, épica, ensaios filosóficos e políticos – que foram produzidas desde o final do século XVIII até à contemporaneidade. É um espólio valiosíssimo que está por avaliar e por estudar”, afirma Marta Teixeira Anacleto, citada na nota de imprensa.

A cientista explica que este projeto visa “fazer o levantamento e a avaliação de todas as traduções portuguesas do autor, um dos maiores filósofos do iluminismo francês, e também do iluminismo europeu, porque Voltaire foi um escritor que viajou e que semeou as suas doutrinas sobre a tolerância, igualdade e fraternidade por toda a Europa”.

A equipa já efetuou o levantamento das traduções portuguesas existentes e vai iniciar agora a fase da cartografia.

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Segundo a nota, as traduções vão ser agora analisadas no âmbito dos vários contextos – histórico, literário, cultural e político – em que foram produzidas e editadas.

Marta Teixeira Anacleto considera que a obra de Voltaire é “fundamental na estruturação do pensamento ocidental”, o que justifica, desde logo, a “relevância” assumida por “um estudo completo de todas as traduções, quer para estudiosos da literatura e cultura portuguesas, quer para investigadores associados à historiografia, à história das ideias e do livro, e mesmo para o público em geral”.

Depois da cartografia será criada uma base de dados interativa e de acesso aberto que terá associada uma antologia digital comentada e um volume de estudos temático.

Uma vez terminados a base de dados interativa, a antologia e o volume de estudos, o objetivo é “avançar para a criação de uma rede de estudos da cartografia de Voltaire no mundo”.

“Estamos a estabelecer sinergias, de modo a ter, no futuro, uma rede com projetos conexos existentes, por exemplo, na Alemanha, França, Holanda, Hungria, Itália, Reino Unido, Rússia, China e Japão, com o objetivo de estabelecer uma cartografia europeia/mundial de Voltaire”, concluiu.

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