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António Guterres vence Prémio Universidade de Coimbra (com video)

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 24-02-2022

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi a figura escolhida por unanimidade para receber o Prémio Universidade de Coimbra 2022, por se destacar “na defesa da paz, solidariedade social e desenvolvimento”.

“O premiado este ano é uma personalidade com um percurso ímpar ao nível nacional e internacional, onde se tem destacado na defesa de valores, como a paz, solidariedade social e o desenvolvimento, que a Universidade de Coimbra partilha integralmente e reitera num dia tão dramático como o de hoje [Ucrânia/Rússia]”, evidenciou o vice-reitor da Universidade de Coimbra Luís Neves.

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O vencedor do Prémio Universidade de Coimbra 2022 foi anunciado durante a manhã de hoje, numa conferência de imprensa que decorreu na Sala do Senado da Reitoria.

“No domínio da paz e da solidariedade social, gostaríamos de destacar o apoio aos refugiados, a luta contra a fome e a pobreza, e também contra as desigualdades que persistem a nível mundial”, acrescentou.

Luís Neves destacou também o papel ativo de António Guterres ao nível do desenvolvimento, “na implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável da agenda 2030 das Nações Unidas, objetivos esses que são parte integrante do Plano Estratégico da Universidade de Coimbra”.

“Trata-se de uma personalidade laureada com muitos prémios e condecorações a nível internacional, e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra”, frisou.

A entrega do galardão a António Guterres está agendada para o dia 01 de março, durante a sessão solene comemorativa do 732.º aniversário desta instituição de ensino superior.

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“Com este tempo de antecedência e pelas circunstâncias que estão a acontecer hoje mesmo, não é expectável que seja possível que o engenheiro António Guterres possa estar fisicamente nas nossas instalações, mas seguramente asseguraremos com ele uma participação pela via remota”, informou.

O reitor da Universidade de Coimbra e presidente do júri deste prémio, Amílcar Falcão, que não marcou presença na conferência de imprensa por questões de saúde, deixou o testemunho de que António Guterres é uma “figura excecional, de alcance mundial”.

“Nos cargos de relevo nacional e internacional que tem desempenhado, ergue permanentemente a voz na defesa da sustentabilidade e da promoção da igualdade, causas nas quais a Universidade de Coimbra também está particularmente empenhada”, sustentou.

Já a presidente da Fundação Santander Portugal e vice-presidente do júri, Inês Oom de Sousa, partilhou que, enquanto secretário-geral das Nações Unidas, o engenheiro António Guterres “chama a atenção para a necessidade de uma solidariedade global e da criação de uma nova mentalidade que transcende nações, religiões e territórios”.

“Pelo exposto e pela importância que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável representam para o Santander, esta é uma escolha de elementar justiça”, referiu.

Nascido em Lisboa a 30 de abril de 1949, António Guterres foi primeiro-ministro de Portugal (1995-2002), Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (2005-2015), exercendo atualmente as funções de secretário-geral da ONU, desde o dia 01 de janeiro de 2017.

O Prémio Universidade de Coimbra (UC), que distingue anualmente uma personalidade portuguesa de inequívoco valor nas áreas da cultura, economia e gestão ou ciência e inovação.

Na sua última edição, em 2021, o Prémio Universidade de Coimbra distinguiu o cardeal, ensaísta, poeta e teólogo José Tolentino de Mendonça.

o prémio também já distinguiu a classicista Maria Helena da Rocha Pereira, o crítico gastronómico José Quitério, o antigo reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, o músico e compositor António Pinho Vargas, a cientista Maria de Sousa, o químico Adélio Mendes, o artista plástico Julião Sarmento, o musicólogo e historiador cultural Rui Vieira Nery e o cofundador da Critical Software Gonçalo Quadros.

A coreógrafa, professora e programadora cultural Madalena Victorino, o embaixador João de Deus Ramos, o investigador e empresário José Epifânio da França, o matemático luso-brasileiro e membro do Fórum Internacional de Investigadores Portugueses Marcelo Viana e o neurocientista Fernando Lopes da Silva foram outros dos contemplados.

Em 2005, a distinção foi atribuída ex aequo, a António Manuel Hespanha, historiador e jurista, e a Luís Miguel Cintra, fundador do Teatro da Cornucópia, ator e encenador.

Em 2010, também ex aequo, foi atribuído o prémio a Almeida Faria, ensaísta e escritor, e a Pedro Costa, cineasta.

O ex-comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, atual presidente da Câmara de Lisboa, foi distinguido em 2020.

 

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