Exposições
Sebastião Salgado despe a essência da amazónia em exposição inédita no Brasil
Depois de expor em cidades como Paris, Londres e Roma, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado inaugurou hoje em São Paulo, maior cidade do Brasil, a exposição “Amazónia” em que expõe retratos dos diferentes povos que coabitam a maior floresta tropical do mundo.
Mais de 200 imagens, sete filmes e uma trilha sonora criada pelo compositor Jean-Michel Jarre são o fio condutor da mostra cujo objetivo é mergulhar os espetadores nas paisagens, espécies e povos indígenas entre os quais o fotógrafo brasileiro, que mora em Paris, viajou por quase uma década de sua vida.
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“Meu principal aprendizado na amazónia é que sou natureza, sou biodiversidade, aprendi isso com os indígenas. Os indígenas estão totalmente integrados ao meio ambiente e fazem parte do ecossistema”, disse Salgado.
Dividida em seis eixos temáticos e com diversos textos explicativos, a exposição se propõe a aproximar os debates sobre a preservação da amazónia – e dos povos indígenas que a habitam – dos espetadores.
As imagens, muitas delas inéditas, revelam um retrato íntimo da vida e do dia a dia em doze comunidades indígenas, misturados com as exuberantes tomadas fotográficas de partes da floresta, rios, montanhas e fenómenos naturais únicos.
“Essas fotografias representam a Amazónia viva, do bioma, das comunidades indígenas”, então “nesta exposição não apresentamos a Amazónia morta, destruída, de propriedades rurais ou áreas urbanas”, diz o fotógrafo, que já visitou mais uma centena de países com seus projetos.
A exposição abre as portas no Sesc Pompeia, em São Paulo, nesta segunda-feira e vai até 10 de julho, quando deverá iniciar uma turnê por várias cidades do Brasil.
Sua inauguração coincide com a publicação de um decreto do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que visa estimular a mineração artesanal no país, especialmente na amazónia.
Para Salgado, qualquer ação de exploração mineira é uma “proposta assassina”, para a qual ele considera que a sua exposição poderá servir de motor para o reforço de “uma base de apoio à proteção do ecossistema amazónico.”
“A exploração mineral leva à destruição da floresta, à contaminação dos rios, à violação de territórios indígenas e à transmissão de doenças na Amazónia. Então, é uma proposta assassina”, denunciou o fotógrafo brasileiro.
Na exposição há depoimentos de quase uma década de trabalho de Salgado, incluindo quase 50 reportagens que ele fez pela região.
“A Amazónia foi minha casa, a Amazónia é meu coração e espero que a importância dessas imagens seja compreendida nesta exposição”, concluiu o fotógrafo brasileiro.
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