Política
Chega irá propor Gabriel Mithá Ribeiro para vice da Assembleia da República caso Pacheco de Amorim falhe eleição
O presidente do Chega, André Ventura, anunciou hoje que o grupo parlamentar vai candidatar Gabriel Mithá Ribeiro para a vice-presidência da Mesa do parlamento caso o deputado Diogo Pacheco de Amorim falhe a eleição.
“Foi decidido que caso se confirmem as informações que estão a vir a público que o PS, BE e PCP – não sabemos ainda o PSD – se preparam para chumbar o nome do candidato à vice presidência do Chega à Assembleia da República, o Chega proporá na mesma sessão, e dará nota disso à conferência de líderes, o professor Gabriel Mithá Ribeiro como candidato consecutivo a vice presidente”, anunciou André Ventura.
Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, Ventura disse que o partido proporá o novo nome “na própria sessão” e dará nota ao gabinete do presidente da Assembleia da República de que a intenção do Chega é que “se realize imediatamente outra votação”, caso o nome de Diogo Pacheco de Amorim seja chumbado.
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Gabriel Mithá Ribeiro foi cabeça-de-lista do Chega pelo círculo eleitoral de Leiria, é um dos vice-presidentes do partido e coordenador do gabinete de estudos.
De acordo com o regimento da Assembleia da República, quando o presidente da Assembleia da República e metade dos restantes membros da mesa estiverem eleitos – no que se refere às vice-presidências, duas das quatro – está atingido o ‘quórum’ necessário ao seu funcionamento, não sendo preciso preencher as quatro vice-presidências.
André Ventura disse ainda que Pedro Pinto será o líder parlamentar e que terá como vice-presidentes de bancada Bruno Nunes e Rui Paulo Sousa.
O presidente do Chega adiantou ainda nesta conferência de imprensa os temas das primeiras iniciativas legislativas que o grupo parlamentar vai apresentar no início da XV legislatura, sendo a primeira a criação de “uma pensão mensal mínima de 300 euros para todos os ex-combatentes, independentemente do tempo de serviço”.
“É mais do que digno para assegurar o esforço e o trabalho e a dedicação daqueles que lutaram pelo país e que estão hoje muitas vezes em situação de pobreza”, sustentou.
A segunda medida será “a reforma do sistema de portagens em Portugal, a começar pela abolição das portagens do interior e do Algarve”, que segundo o líder terá “custos definidos, gradualmente numa evolução que vá até ao final da legislatura e que comece pelas zonas mais despovoadas e mais afetadas, o interior e também o Algarve”.
O Chega quer também o regresso dos debates quinzenais, para que estes possam “servir de escrutínio, que é cada vez mais importante sobretudo quando o governo tem maioria absoluta”.
O Chega apresentará ainda como medida o aumento em 300 euros do subsídio de risco dos polícias.
André Ventura foi ainda questionado sobre a decisão do Tribunal de Cascais que condenou hoje o vice-presidente do Chega Pedro Frazão a desmentir e retratar-se publicamente por uma afirmação no Twitter em que alegava falsamente que o ex-dirigente bloquista Francisco Louçã tinha recebido uma avença do BES.
“Não conheço o processo, acho um pouco surpreendente esta forma de o Bloco de Esquerda agora tem de tentar ‘judicializar’ a política, eu senti o mesmo em relação ao bairro da Jamaica, o meu vice presidente já anunciou que irá recorrer dessa decisão”, respondeu Ventura, que apenas manifestou solidariedade para com o dirigente do seu partido.
Nas eleições legislativas de 30 de janeiro, o Chega passou de um deputado único, André Ventura, para uma bancada parlamentar com 12 deputados, tendo sido a terceira força política mais votada a nível nacional, com 410.965 votos, o equivalente a 7,28%.
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