Coimbra
Centro de Vacinação de Coimbra deixa 300 alunos da Jaime Cortesão sem Educação Física
Os professores de Educação Física da Escola Secundária Jaime Cortesão, em Coimbra, exigem uma solução imediata para “a situação criada pela utilização do Pavilhão 1 do Estádio Universitário de Coimbra (EUC), por parte do Centro de Vacinação de Coimbra (CVC)”. Já denunciaram as consequências por escrito e querem “com urgência” uma reunião entre a escola, a Universidade, a Administração Regional de Saúde (ARS) e a autarquia.
Num documento enviado à Associação Portuguesa de Professores de Educação Física (APPEFIS) e ao Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física (CNAPEF), a que o Notícias de Coimbra teve acesso, os docentes pedem ajuda para “sensibilizar e pressionar as entidades competentes no sentido de ser encontrada uma solução imediata” para o funcionamento do CVC noutro local.
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A Jaime Cortesão tem seis turmas de cursos regulares e sete de cursos profissionais que usufruíam do Pavilhão 1 do Estádio Universitário para a prática desportiva. “São cerca de 300 alunos que estão lesados”, disse ao NDC um dos professores que assina o documento. “Em atividade plena, aquele pavilhão fervilhava de atividade, com ocupação entre as 08:30 e as 00:00”, assegurou um outro docente.
Além dos alunos da escola, a instalação do Centro de Vacinação afeta aulas de licenciatura e mestrado da Faculdade de Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra e ainda os treinos e competições de várias secções desportivas da Associação Académica de Coimbra.
“As instalações possuem caraterísticas de polivalência essenciais ao desenvolvimento do currículo das diversas atividades letivas referidas, para as quais não existem alternativas, dado que a escola apenas possui um pequeno ginásio, também destinado a aulas curriculares”, lê-se no documento. Os alunos têm praticado desporto “de forma muito limitada” no espaço exterior da Jaime Cortesão e “porque o tempo, sem chuva, tem ajudado”, esclarecem os professores ouvidos pelo NDC.
O CVC está instalado no Pavilhão 1 desde o dia 27 de dezembro do ano passado, e ocupa a totalidade do espaço. Os professores receiam que “sempre que houver necessidade – o que poderá ser recorrente – o centro de vacinação se mantenha ali nos próximos anos, deixando sem alternativa e em permanente incerteza a prática letiva de centenas de alunos de uma escola secundária, assim como obrigando os treinos e competições de várias modalidades desportivas de secções desportivas da AAC a dispersarem pelo distrito (e até por outros distritos, como Aveiro, no caso do hóquei)”.
A infraestrutura é propriedade da Reitoria da UC que tem um acordo com a Escola Secundária Jaime Cortesão firmado pouco depois do 25 de abril de 1974. “Como foi possível a Reitoria oferecer aquele espaço, sem se dignar sequer informar oficialmente as entidades lesadas, como se 50 anos de parceria não merecessem qualquer consideração?”, questionam os professores, considerando que foi “ignorando todo o prejuízo causado, sem sequer procurar assegurar previamente uma solução para os lesados”.
O documento critica também o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego e a Câmara Municipal de Coimbra por “deixarem para o último momento a escolha de um novo espaço para acolher o CVC, sabendo desde há largos meses que o anterior local, o Pavilhão Mário Mexia, iria entrar em obras” e lamenta que a autarquia não tenha conseguido “encontrar no mapa da cidade um local com as caraterísticas adequadas para o CVC funcionar em permanência, sem causar prejuízo a centenas de jovens estudantes da sua cidade”.
O problema já foi levado a Conselho Pedagógico, mas os professores dizem que daí apenas saiu “uma intenção de ser agendada uma reunião entre as partes: Direção do Agrupamento de Escolas Coimbra Centro (a que pertence a Escola Secundária Jaime Cortesão), Câmara Municipal de Coimbra e Reitoria da Universidade de Coimbra” e preveem “dificuldades de agenda” para a sua concretização, com prejuízo para os alunos que” pelo 3º ano consecutivo ficam lesados no seu direito a uma Educação Física normal”.
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