Saúde
Animais infetados com Covid-19 “permitirão compreender melhor a epidemiologia e a ecologia do vírus”
O Comité de Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu hoje aos países para que façam “vigilância em tempo real” de animais que possam ser possíveis reservatórios do coronavírus que causa a covid-19.
“A vigilância em tempo real e a partilha de dados sobre a infeção, a transmissão e a evolução do SARS-CoV-2 nos animais permitirão compreender melhor a epidemiologia e a ecologia do vírus”, refere um parecer hoje divulgado do comité, que se reuniu há cerca de uma semana sob convocação do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
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Segundo o organismo, a vigilância permitirá ainda identificar atempadamente o possível aparecimento de variantes do coronavírus nos animais, e a sua evolução, e assim avaliar os riscos para a saúde pública.
O Comité de Emergência da OMS recomenda aos Estados-Membros a realização de “inquéritos epidemiológicos sobre a transmissão do SARS-CoV-2 ao nível do interface homem-animal e uma vigilância direcionada para os potenciais animais reservatórios e hospedeiros”.
Dois anos depois de o novo coronavírus ter sido detetado na China, a sua origem ainda não foi totalmente esclarecida.
Peritos defendem a teoria genericamente aceite de que o vírus passou provavelmente de um morcego para as pessoas através de um outro animal ainda não identificado.
A hipótese de fuga do SARS-CoV-2 de um laboratório chinês foi alimentada, nomeadamente, pela administração do ex-Presidente norte-americano Donald Trump.
Algumas vozes sustentam que os especialistas da OMS não tiveram liberdade suficiente para trabalhar durante a sua investigação em Wuhan, cidade chinesa onde o coronavírus foi detetado no final de 2019, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.
Na reunião da semana passada, o mesmo comité da OMS decidiu manter a covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional, em vigor desde 30 de janeiro de 2020.
A pandemia da covid-19 provocou mais de 5,5 milhões de mortes em todo o mundo, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa AFP.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.413 pessoas e foram contabilizados 2.003.169 casos de infeção, de acordo com dados atualizados da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, que assumiu várias variantes.
A mais recente das variantes de preocupação, identificada em novembro, chama-se Ómicron e é a mais contagiosa de todas, tendo levado vários países, incluindo Portugal, a ultrapassar diversas vezes os máximos diários de infeções.
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