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Países Baixos reabrem comércio e mantêm fechadas hotelaria e cultura
O Governo neerlandês decidiu hoje reabrir o comércio não-essencial, cabeleireiros, ginásios e ensino superior, mas manterá fechados os setores hoteleiro e cultural até pelo menos 25 de janeiro, devido ao elevado número de novos casos de covid-19.
Numa conferência de imprensa, o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, anunciou o início no sábado do alívio do encerramento das atividades não-essenciais, em vigor desde meados de dezembro, mas alertou de que se corre o risco de as infeções aumentarem “até 80.000 casos por dia”, em vez dos 35.000 casos diários que se registam atualmente.
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Continuarão fechados os bares, as cafetarias e os restaurantes, bem como o setor cultural, incluindo museus, cinemas e teatros, mas reabrirão os cabeleireiros e esteticistas, e ainda as lojas de bens não-essenciais, até às 17:00 (16:00 de Lisboa) e com uma capacidade limitada em função das dimensões do espaço.
Também volta a haver aulas presenciais do ensino vocacional e superior, de música, teatro e dança, nos ginásios e desportos em espaços interiores e exteriores para adultos, mas sem público.
Os ajuntamentos de pessoas ao ar livre passam a poder ter quatro pessoas, o mesmo número de visitantes permitidos numa casa.
“O desporto é necessário. Dois em cada três jovens sentem-se sós atualmente. Manter encerradas as instalações desportivas e as escolas também prejudica a saúde pública”, sustentou Mark Rutte.
O ministro da Saúde, Ernst Kuipers, advertiu: “Este vírus continuará a mudar [e] temos de aprender a viver com ele. Necessitamos de perspetivas a longo prazo, mas precisamos de solucionar isto juntos, como sociedade”.
Por essa razão, instou a população a vacinar-se com a dose de reforço e a respeitar as normas, porque se está “a dar um passo para reabrir a sociedade”.
Até agora, a dose de reforço foi já administrada a quase metade dos adultos que tinham o esquema vacinal completo.
“Entre as pessoas com mais de 60 anos, a percentagem sobe para 90%”, indicou.
Apesar dos elevados números de novos casos de covid-19, a pressão hospitalar em enfermaria e nas unidades de cuidados intensivos caiu nas últimas semanas no país.
“A variante Ómicron pode ser menos grave, mas se a quantidade de infeções aumentar de forma considerável, criará muitos problemas para os cuidados de saúde”, alertou o ministro da Saúde neerlandês.
As máscaras continuarão a ser obrigatórias em todos os espaços públicos interiores e nas universidades (incluindo nas aulas) e o seu uso é recomendado também nos espaços exteriores com muitas pessoas, onde não seja possível manter a distância de metro e meio.
Insta-se ainda a população a não usar máscaras de tela ou caseiras, mas as médicas.
O Governo neerlandês não cedeu às pressões dos proprietários de bares, cafetarias e restaurantes de todo o país, que ameaçaram abrir as portas no sábado independentemente das medidas anunciadas hoje pelo executivo, uma ameaça que se fez acompanhar de declarações de muitos presidentes de câmaras admitindo que não farão cumprir as restrições.
A covid-19 provocou 5.519.380 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.237 pessoas e foram contabilizados 1.814.567 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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