Política
PSD promete médico de família para todos e “fase de transição” com médicos assistentes
O PSD prometeu hoje um médico de família para todos os portugueses se for Governo, propondo uma “fase de transição” em que até à cobertura universal seja possível aceder a um médico assistente.
Esta medida foi anunciada pelo deputado e médico social-democrata Ricardo Baptista Leite, na apresentação do programa eleitoral do PSD para as eleições legislativas de 30 de janeiro, que decorreu hoje, em Lisboa.
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Os sociais-democratas querem assegurar “acesso a um médico de família a todos os portugueses, garantindo-se, na fase de transição até à cobertura universal, o acesso a um médico assistente a todos, recorrendo-se ao setor social e privado quando necessário”, lê-se no programa.
“Há um problema grave de falta de planeamento de recursos humanos. Esse problema levou a que hoje, ao contrário do que tinha sido prometido por António Costa (…) há mais de um milhão de portugueses sem médico de família , mais do que havia em 2015”, apontou Baptista Leite.
Os sociais-democratas propõem-se a resolver o problema “para a vasta maioria daqueles que não têm cobertura” até ao final da legislatura mas “até lá” avançam com uma “fase de transição”, criticando o PS por “cegueira ideológica” nesta matéria.
“Não com a cegueira ideológica de, enquanto não há médicos de medicina geral e familiar, deixar as pessoas sem resposta. Nós iremos garantir que todos aqueles que não têm médico de família tenham um médico assistente para terem acompanhamento ao longo destes anos enquanto não resolvemos os problemas estruturais. Ninguém pode ficar sem uma resposta básica”, advogou o médico.
O PSD promete também “combater as listas de espera”, afirmando que “passarão a ser cumpridos os tempos máximos de resposta garantida, ou seja, os tempos máximos clinicamente aceitáveis, de uma vez por todas”.
Entre as propostas do partido para a saúde está a criação de um novo ministério da “saúde e do bem-estar” que seja responsável por áreas que hoje estão sob a tutela da Segurança Social.
Baptista Leite deu como exemplo os doentes internados em hospitais que são “internamentos sociais”, uma vez que “já tiveram alta do ponto de vista clínico mas não têm para onde ir”.
O médico social-democrata – que foi candidato à Câmara Municipal de Sintra nas últimas eleições autárquicas – apontou para um “Serviço Nacional de Saúde em colapso”.
“Estamos a criar um SNS para pobres em que depois aqueles que tem dinheiro vão para o privado para resolver os seus problemas de saúde”, criticou.
O programa do PSD propõe “reorganizar o sistema de saúde e realizar a revisão da Lei de Bases da Saúde e um novo modelo de organização e financiamento, com uma forte aposta na digitalização”.
“O modelo que hoje temos é um modelo que torna as pessoas cada vez mais doentes, se não as tornarmos mais saudáveis a procura vai continuar a aumentar, e se aumenta, não há sustentabilidade possível”, sustentou Baptista Leite.
“Temos que parar de ter um SNS que mais parece uma fábrica que não funciona para passar a ter um sistema de saúde que torne a população mais saudável. E nesse sistema de saúde que envolve todos – em que ninguém nem nenhuma entidade é excluída – o SNS é o coração do sistema, capaz de responder às necessidades dos profissionais neste modelo compreensivo e complementar no qual é fundamental garantir que as pessoas tenham um atendimento atempado”, argumentou.
Ricardo Baptista Leite disse ainda que o PSD quer implementar o que o PS pôs “apenas no papel” no que toca aos cuidadores informais, propondo que “todas as despesas de pessoas que têm pessoas ao seu cuidado dentro de casa possam deduzir essa despesa no IRS”.
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