Região

Alvoco das Várzeas sem médico de família (com vídeo)

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 07-01-2022

Os habitantes de Alvoco das Várzeas, no concelho de Oliveira do Hospital, estão sem médico de família desde o início do ano. A Junta de Freguesia teme que a população, com doenças crónicas e envelhecida, abandone os tratamentos ou se automedique e já pediu a intervenção da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

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Foi a 3 de janeiro que a Junta de Freguesia tomou conhecimento que o médico, Fernando Morais, que há vários anos ali exercia atividade, se tinha reformado deixando os pacientes “sem médico de família e cuidados de saúde primários na unidade de extensão de saúde”, disse ao Notícias de Coimbra (NDC) Cátia Alves. O executivo a que preside já comunicou a situação à ARSC, mas também ao Ministério da Saúde, ao Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior, ao Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e ao município.

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“Têm de ser tomadas medidas de forma imediata visto que temos uma população envelhecida e que precisa dos cuidados primários e que esses vão faltar”, alerta a autarca. “Não queremos ser mais uma aldeia amarrada, isolada e sem a atenção devida num assunto tão importante como é a saúde, como é cuidar de quem cuidou de nós. Não queremos que os alvocenses saiam prejudicados, nem que como em outros territórios do nosso país se virem para as mezinhas caseiras com algum obscurantismo à mistura’”, lê-se num comunicado à população.

O facto de a aldeia estar a 25 minutos de distância da sede de concelho e a “falta da rede de transportes” também preocupa a presidente da junta que não sabe como fazer chegar os cuidados de saúde primários aos habitantes.

Ainda não tivemos qualquer resposta, “unicamente a Câmara Municipal disse desde o primeiro momento que estaria disponível para fazer esta luta com a junta de freguesia”, afirmou Cátia Alves, questionada pelo NDC.

“Tenho medo que os doentes deixem de tomar a sua medicação”, confessa, revelando que já teve conhecimento de casos de pessoas que “já só têm cinco, seis comprimidos”. A única solução apresentada até agora implica que os habitantes se desloquem até ao Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, nomeadamente para obterem receitas de medicamentos para doenças crónicas, por duas vezes, uma para pedir a receita e outra para a levantar.

A população de Alvoco das Várzeas, com cerca de 260 habitantes, está “envelhecida e tem parcos rendimentos”, o que agrava ainda mais a situação. Cátia Alves teme que a reforma do médico signifique o fim dos cuidados de saúde primários na aldeia e avisa: “perder este tipo de cuidados, de serviços numa freguesia como a nossa é perder mais qualidade de vida, é deixar mais uma aldeia presa ao centralismo municipal e retirar autonomia à terra onde as pessoas residem e fazem vida”.

O Notícias de Coimbra pediu esclarecimentos sobre esta situação à ARSC, mas ainda aguarda resposta.

Veja o direto NDC com Cátia Alves:

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