Justiça
Matou o pai em Penacova e diz que está “sempre a pensar naquilo” (com vídeos)
O homem, de 29 anos, que matou o pai e pegou fogo à casa em março deste ano, em Sazes de Lorvão, Penacova, começou esta manhã a ser julgado no Tribunal de Coimbra. Confessou o crime e disse que estava doente.
“Na altura não estava em mim, estava doente, se estivesse bem não fazia uma coisa dessas”, disse o arguido perante o coletivo de juízes que o começou a julgar. Confessando os crimes, o jovem, que está em prisão preventiva, afirmou que não consegue explicar o que motivou os seus atos.
O Ministério Público (MP), que fez a acusação, defende que o arguido deve ser declarado inimputável perigoso e sujeito a uma medida de segurança de internamento em estabelecimento de cura e tratamento, uma vez que sofre de esquizofrenia contínua e sintomática, estando na altura dos factos sem receber qualquer tratamento.
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Em tribunal, o rapaz afirmou que até ser detido “não sabia a doença que tinha”. No Estabelecimento Prisional está a ser seguido e medicado. “Sente-se melhor?”, perguntou a presidente do coletivo de juízes. “Mais ou menos. Porque me arrependi e estou sempre a pensar naquilo que fiz”, respondeu.
Quando a magistrada lhe pediu para explicar o que esteve na origem da sua atuação o arguido disse que não conseguia explicar, embora se recorde “de quase tudo” o que fez.
Segundo o MP, o pai discordava do modo de vida do filho, “que não trabalhava, nem tomava a iniciativa de procurar emprego, passando o tempo todo dentro de casa, no telemóvel ou no computador, muito focado em jogos virtuais”.
O arguido residia, desde 2018, com o pai, numa casa de madeira prefabricada, depois de ter estado alguns anos emigrado na Suíça. Com o passar do tempo, as discussões terão passado a ser constantes. O arguido terá ficado cada vez mais revoltado com a situação e terá formulado o propósito de tirar a vida ao pai, afirma o MP.
Em 15 de março, o filho, munido de duas facas de cozinha, de desossar, terá aproveitado um momento em que o pai foi à casa de banho para entrar “sorrateiramente em casa, sem ser notado”, permanecendo no interior da habitação, a aguardar que o progenitor adormecesse no sofá para depois o atacar.
Depois de reparar que o pai tinha adormecido, decidiu abandonar a ideia de matar o pai com recurso às facas, tendo ido à garagem buscar um malho metálico maciço (uma espécie de martelo), desferindo várias pancadas no progenitor, que acabou por morrer.
Posteriormente, o arguido terá coberto o pai com vários cobertores e incendiou a habitação, já na madrugada de 16 de março, tendo antes retirado alguns bens, como vestuário, telemóvel, bens alimentares ou dinheiro. Carregou uma viatura com tudo, mas não conseguiu pôr o motor a funcionar.
De acordo com a acusação, o arguido decidiu então fugir apeado, para uma zona de mato, mas acabou por ligar mais tarde, perto das 15:00, para o 112, identificando-se como o autor da morte do pai e responsável pelo incêndio, indicando o local onde se encontrava.
Veja o direto NDC com a chegada do arguido ao Tribunal de Coimbra:
Veva o direto NDC a partir do Tribunal de Coimbra:
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