Partidos

40% dos deputados do PSD eleitos em 2019 vão ficar fora do parlamento

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 08-12-2021

Dos 79 deputados eleitos pelo PSD em 2019, 28 estão fora das listas de candidatos a deputados para as legislativas, a que se somam outros quatro indicados em lugar inelegível, o que corresponde a 40% do total.

Há dois anos, a taxa de mudança de deputados em relação à anterior legislatura tinha sido de 55%, mas tratou-se de uma transição de uma bancada construída pelo ex-líder Pedro Passos Coelho para o primeiro grupo parlamentar elaborado pela direção de Rui Rio.

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Neste caso, o presidente do partido é o mesmo, mas dos 79 deputados só 47 se mantêm nas listas, com 28 a nem sequer integrarem a proposta, alguns por vontade própria, outros por não fazerem parte das escolhas da Comissão Política Nacional.

O número de deputados do PSD que se despedem da Assembleia da República sobe para 32, se se somarem os quatro atuais parlamentares pelo círculo do Porto que integram a lista, mas em lugares claramente fora das possibilidades de eleição.

No final da reunião, que durou cerca de três horas, e culminou com a aprovação das listas, com 71% de votos favoráveis, o presidente do PSD, Rui Rio, assumiu que a renovação foi um dos objetivos da direção, mas rejeitou que tivessem sido excluídos todos os nomes que não apoiaram o atual presidente.

Rio não quis dar exemplos, mas fontes da direção apontam entre os nomes de prováveis futuros deputados que não estiveram com o atual presidente o líder da JSD, Alexandre Poço, apoiante de Paulo Rangel, o presidente da distrital de Santarém, João Moura, a ‘vice’ da bancada Clara Marques Mendes, bem como as indicações por Lisboa de Joana Barata Lopes ou de Rodrigo Gonçalves (este em 16.º, num lugar de difícil eleição).

Pelo contrário, o ex-candidato à liderança do PSD Paulo Rangel foi a Évora dizer que lamentava a falta de “um sinal construtivo” por parte da direção na elaboração das listas, mas prometeu apoiar Rio na campanha para as legislativas de 30 de janeiro.

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Fora das listas ficaram, por exemplo, os líderes das distritais do PSD de Faro, Cristóvão Norte, de Viseu, Pedro Alves, ou de Coimbra, Paulo Leitão, que apoiaram Paulo Rangel nas últimas diretas.

Outros apoiantes do eurodeputado, como o líder da distrital do Porto, Alberto Machado, e o ex-presidente da concelhia de Gaia, Cancela Moura, foram colocados em lugares não elegíveis, 40.º e 39.º pelo Porto, respetivamente.

Também não voltarão ao parlamento deputados de várias legislaturas como Luís Marques Guedes, Emídio Guerreiro ou Duarte Marques, bem como Ana Miguel dos Santos, que tinha sido cabeça de lista por Aveiro na última legislatura, ou o ex-líder da JSD Pedro Rodrigues.

Margarida Balseiro Lopes, que foi em 2019 cabeça de lista por Lisboa, e Álvaro Almeida, oitavo pelo Porto, tornaram público que não tinham intenção de voltar a ser deputados, tal como o antigo líder da distrital de Lisboa Pedro Pinto.

Saem também os ‘vices’ da bancada Luís Leite Ramos, que tinha manifestado à sua distrital (Vila Real) indisponibilidade para voltar a ser deputado, Carlos Peixoto ou José Cesário, que tinham sido cabeças de lista em 2019 e não foram convidados a integrar as listas para as legislativas de 30 de janeiro.

Ao final da manhã já tinham sido conhecidos os cabeças de lista, com o deputado e médico Ricardo Baptista Leite a encabeçar o círculo da capital, a ex-candidata à liderança da JSD Sofia Matos pelo Porto e o antigo juiz do Tribunal Constitucional Paulo Mota Pinto por Leiria. Rui Rio voltou a querer ocupar o posto de ‘número dois’ pelo Porto.

Os conselheiros nacionais já não tiveram de se pronunciar sobre uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP, porque o cenário ficou afastado na Comissão Política Nacional, que decidiu que seria mais vantajoso para o PSD concorrer sozinho às legislativas de 30 de janeiro, uma posição que Rio disse ser “largamente maioritária” na direção.

Das reuniões de terça-feira do PSD saiu também uma mudança do local do Congresso, que se mantém entre 17 e 19 de dezembro, mas será em Santa Maria da Feira (Aveiro) e não em Lisboa, por a sala do Europarque ser mais facilmente adaptável às restrições impostas pela pandemia de covid-19 e, sublinhou Rio, por ser também uma opção bastante menos dispendiosa.

Se o Conselho Nacional de Évora até foi curto comparado com anteriores reuniões, no final foram muitos os participantes que prolongaram as conversas no hotel alentejano onde decorreu a reunião, incluindo o presidente Rui Rio, e muitos dos antigos e, sobretudo, dos futuros deputados.

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