Câmaras

PSD diz que PS não tem estratégia para Montemor-o-Velho

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 23-10-2014

O PSD de Montemor-o-Velho, que em 2013 perdeu a Câmara para o PS, faz “Balanço do 1o Ano de Mandato do Executivo Municipal”, através de comunicado que NDC publica na integra, enquanto aguarda que o poder local responda à oposição.

Passado um ano após a tomada de posse do novo executivo da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, chefiado pelo Dr. Emílio Torrão, é o momento da Comissão Política de Secção do PSD de Montemor-o-Velho  fazer um balanço da gestão de liderança socialista.

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Os primeiros momentos após a tomada de posse do novo executivo ficaram claramente marcados pelas manchetes das capas de jornais que mencionavam que a autarquia detinha um passivo no valor de 61 milhões de euros que a colocava em “emergência financeira”. A grande imagem de marca que o novo Presidente da Câmara Municipal quis assinalar para o seu concelho foi a de que tudo estava mal e que nada de bom tinha sido feito. A credibilidade do município e a idoneidade dos anteriores responsáveis políticos e técnicos foi desde então colocada em causa perante a opinião pública.

Quase um ano e 66.420 mil euros depois, fruto da contratação de um auditor externo permanente e de uma auditoria de uma consultora especializada, concluiu-se que afinal a dívida real é de cerca de 29 milhões de euros (metade do valor apregoado), o que vai ao encontro dos números que desde sempre foram dados a conhecer pelo anterior executivo.

O início de mandato mostrou igualmente a falta de confiança do Sr. Presidente da Câmara na lista de vereadores que o acompanhou, com a substituição do Vice-Presidente ao fim de escassos meses e com o aliciamento e posterior acordo com a Sr.a Vereadora Alexandra Ferreira, meramente justificado por expedientes de satisfação de interesses pessoais, apesar de anteriormente ter estabelecido um acordo de governação com a CDU, que garantia a existência de uma maioria no executivo municipal.

É um facto que, um ano depois, a grande maioria das obras ou dos serviços que têm vindo a ser realizados já constavam de adjudicações feitas pelo anterior executivo. Convém também relembrar que, neste ano que passou, o actual executivo socialista, demonstrando uma enorme falta de ambição e de visão estratégica, deixou cair obras estruturantes para o concelho com financiamento comunitário aprovados de 85%, nomeadamente a construção do acesso montante e acesso norte do Centro de Alto Rendimento, bem como a variante entre Faíscas e a Rotunda dos Gordos, do Eixo Viário do Sistema Urbano das Gândaras:

O executivo socialista teve como grande prioridade do final deste primeiro ano de mandato a conclusão da obra da feira de Montemor, a tempo de comemorar a sua inauguração nas festas da Vila. Resta saber qual o valor total gasto nesta obra e se, com todas as alterações feitas, continuam garantidos os fundos comunitários obtidos para o projeto anteriormente candidatado e aprovado. Momentaneamente, parece que os problemas financeiros deixaram de existir e que tudo foi possível para a concretização de uma obra em contra-relógio, apenas para que o populismo do executivo tivesse o seu apogeu em tempos de Festas da Vila.

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As Freguesias estiveram um ano sem obter acordos de execução e o seu tratamento não é hoje visto com a mesma equidade de mandatos anteriores. As verbas transferidas foram significativamente reduzidas e os critérios de distribuição não primam pela clareza. Trata-se de uma clara opção política, cortando com o passado recente, voltando-se ao arbítrio do poder discricionário.

Por sua vez, o tecido associativo, que assume grande relevância na dinâmica social, desportiva e cultural do concelho, passou um ano sem conhecer o que poderia contar de apoio da parte do executivo municipal. Tal como as freguesias, as verbas transferidas nos protocolos foram significativamente reduzidas, cumulativamente com algum distanciamento institucional

Importa realçar que, nos últimos 12 anos, a liderança do PPD/PSD-CDS-PP no Município de Montemor-o-Velho apostou continuamente em políticas de desenvolvimento de longo prazo, integradas e integradoras, assentes numa cultura de planeamento e de ordenamento do território interligadas com a componente ambiental, social, patrimonial e cultural desse mesmo desenvolvimento. Ao longo de 12 anos foi possível realizar cerca de 91 milhões de euros de investimento, com um forte apoio de fundos comunitários cuja oportunidade dificilmente voltaria a existir face ao novo quadro que agora se inicia e que assenta noutras.

Ao fim de 12 anos, foi possível realizar obras de saneamento básico que permitiram obter uma taxa de cobertura acima dos 85%. Construiu-se um Centro de Alto Rendimento que faz campeões olímpicos e ergueram-se infra-estruturas de dois pólos industriais. Foi possível efetuar uma requalificação urbana que revigorasse a história em várias freguesias, foi possível alcançar uma cobertura de 100% de água canalizada, investiu-se mais de 21 milhões de euros em redes viárias e vias de comunicação, foi possível construir a biblioteca municipal, a galeria municipal, o Celeiro dos Duques de Aveiro e apoiar a construção e requalificação de centros culturais. O concelho teve finalmente uma piscina municipal e relvados sintéticos, um novo campus escolar, fizeram-se reparações e transformações de escolas, apostou-se na modernização administrativa e no apoio aos cidadãos, bem como na área da saúde e assistência social. Esta é a pesada herança!

Um ano depois, podemos constatar que muito pouco mudou. O discurso político centrou-se na infâmia e na calúnia, colocando o ónus de tudo na gestão do passado, numa lógica clara de vitimização, para disfarçar a inegável falta de estratégia, de ambição e de capacidade de mobilização da nossa sociedade para projectos diferenciadores e valorizadores do nosso concelho.

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