Política
“Presidente decidiu, está decidido, ponto final parágrafo”
O líder do PSD e recandidato ao cargo afirmou hoje que “o Presidente da República decidiu, está decidido” que as eleições serão em 30 de janeiro, mas alertou que nunca haverá Orçamento do Estado antes de junho ou julho.
Rui Rio falava em entrevista à TVI, pouco mais de uma hora depois de o Presidente da República ter anunciado que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
Questionado se vê nesta data algum favorecimento do seu adversário interno, Paulo Rangel, Rio não respondeu diretamente, frisando que sugeriu, tal como a maioria dos partidos, a data de 16 de janeiro como a mais indicada para as legislativas.
“O Presidente decidiu 30 de janeiro, está decidido, há que ir em frente, ponto final parágrafo”, afirmou.
O presidente do PSD alertou que, com esta data, o Governo “vai tomar posse lá para meio de fevereiro” e terá três meses para apresentar o Orçamento.
“Não temos orçamento em vigor antes de junho, para não dizer julho”, afirmou, dizendo que este período de crise política – entre 27 de outubro e 30 de janeiro – será “dos maiores de sempre”, comparado com anteriores dissoluções.
Perante a insistência dos jornalistas, Rio recusou responder se esta data beneficiará Paulo Rangel, dizendo que mudou “não só de parágrafo, mas também de capítulo”.
“Entendo que as decisões deste género não devem atender às questões dos partidos. O povo português não tem de se adaptar às questões internas dos partidos, são os partidos que têm de se adaptar”, afirmou.
Na semana passada, em entrevista à SIC, Rui Rio tinha afirmado que a data que o Presidente da República escolher para legislativas iria revelar se “quis dar uma ajuda” ao PSD “e, neste caso, mais a um candidato”, Paulo Rangel.
O presidente do PSD defendia 09 de janeiro como a “primeira data” possível para eleições e o dia 16 do mesmo mês como uma data ainda aceitável, enquanto Paulo Rangel manifestou preferência pelo final de fevereiro.
“Se cumprir o que vem dizendo desde o início, as eleições serão logo no início de janeiro para termos orçamento o mais depressa possível e não desperdiçarmos fundos do PRR”, afirmou então Rio.
Se, pelo contrário, as eleições forem marcadas para mais tarde, Rio afirmou na SIC que ficaria “evidente que o Presidente da República quis dar uma ajuda ao seu partido e, neste caso, até mais a um candidato”, referindo-se ao seu adversário interno, o eurodeputado Paulo Rangel, críticas que hoje não quis repetir.
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